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Falta de carteiras enfurece alunos em Chibuto

Alguns alunos do segundo ciclo, na Escola Secundária de Chibuto, na província de Gaza, recusaram-se, na manhã desta terça-feira, 28 de Maio, a assistir às aulas alegadamente por falta de carteiras. Na sequência deste acontecimento, três estudantes foram detidos pela Polícia da República de Moçambique (PRM) acusados de promover a desordem.

Passado algum tempo, os educandos foram restituídos à liberdade devido, em parte, à pressão exercida por um grupo de alunos que se amotinou defronte do edifício do Comando Distrital da PRM para exigir a soltura dos seus colegas.

Por alguns minutos, as lições foram interrompidas na Escola Secundária de Chibuto e os portões estiveram encerrados. Um cidadão reportou ao @Verdade que a direcção daquele estabelecimento de ensino encomendou, no passado, algumas carteiras no sentido de evitar que os instruendos aprendam sentados no chão, mas ainda não foram disponibilizadas.

A nossa Reportagem contactou, telefonicamente, o director dos Serviços Distritais da Educação, Juventude e Tecnologia em Chibuto para se pronunciar sobre os distúrbios havidos na Escola Secundária de Chibuto e a detenção de três estudantes nesta terça-feira, tendo o nosso interlocutor dito que a informação não era verídica. Segundo o dirigente, o certo é que houve um grupo de alunos que não queria estudar por razões que ele próprio não soube explicar.

Em Nampula, onde se produz madeira em grandes quantidades e espécies variadas, os estudantes das escolas primárias completas de Namuatho “A”, Serra da Mesa, Carrupeia, Namicopo-sede, Terrene, Murrapaniua-sede, Muatala e das secundárias de Napipine, Teacane, Cossore, dentre outras, também lhes são ministradas aulas sentados no chão e debaixo das árvores. As autoridades do sector da Educação estão a par deste problema, mas nenhuma solução à vista existe, supostamente por falta de fundos.

Alguns pais e encarregados de educação ouvidos pela nossa Reportagem afirmaram que estão agastados com o facto de os seus filhos serem ensinados em condições que não permitem um aproveitamento positivo, enquanto a província de Nampula é uma das maiores produtoras de madeira. Aliás, os responsáveis dos instruendos que frequentavam as escolas a que nos referimos afirmaram que são coagidos a desembolsar algum valor para a compra de carteiras, mas as salas de aulas não têm um banco sequer.

Na Escola Primária de Namicopo, por exemplo, mais de oito salas de aulas não têm nenhuma mesa destinada aos estudos e há turmas que assistem às aulas debaixo das mangueiras. A Escola Primária dos Belenenses, apesar de ser um dos poucos estabelecimentos de ensino cujas instalações são condignas, também debate-se com a falta de carteiras.

Entretanto, a Escola Primária da Barragem tem carteiras em excesso, por isso, algumas foram emprestadas ao Instituto de Formação de Professores de Nampula (IFPN).

Bruge Rupia, chefe dos Serviços da Educação, Juventude e Tecnologia, disse que o sector necessita de cerca de seis mil carteiras. Indicou que neste momento pelo menos 227 alunos sentam- -se no chão e outros 277 estudam em salas improvisadas.

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