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Experiência brasileira atrai atenção dos visitantes da Feira Ambiental na Beira

A experiência do Brasil no Combate a Malária demonstrada pela missionário brasileira Maria Pires atraiu a atenção da maior parte dos visitantes da Feira Ambiental que decorreu na Cidade da Beira entre os dias 4 e 6 de Março corrente.

Segundo constatou O Autarca no Ginásio da Universidade Pedagógica (UP), Delegação da Beira, onde esteve patente a exposição, muitos visitantes afluíram ao stand do Centro de Estudos de Planeamento, Agrimensura e Gestão Ambiental (CEPLAGA), com o propósito de receber explicações sobre o modelo de funcionamento da Armadilha de Anofeles, mosquito fêmea transmissor da Malária. A Armadilha de Anofeles, segundo explicou Maria Pires, foi inventada pelos investigadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, e se destina a combater a reprodução e multiplicação de mosquitos em locais vulneráveis a concentração deste bicho.

O material em alusão também impressionou a Ministra Moçambicana do Ambiente, Alcinda Abreu, tendo esta afirmado que a experiência demonstra o maior aproveitamento possível de produtos reciclados para o combate a pobreza reduzindo enfermidades nas comunidades. Segundo explicações dadas pela missionaria brasileira que trabalha em Moçambique há 13 anos, a Armadilha de Anofeles é feita de uma garrafa plástica, que pode ser de sumo ou água mineral que se corta ao meio. No bico da garrafa coloca-se uma rede mosquiteira. Na parte interior da garrafa coloca-se cinco graus de arroz. E a parte superior inverte-se e cola-se com uma fita-cola a parte inferior.

O arroz que é colocado no fundo da garrafa e a água vão ajudar a exalar um cheiro da comida que vai atrair os mosquitos fêmea, os quais vão pousar os ovos no recipiente. Devido a força da gravidade e por os ovos serem minúsculos vão descendo pela rede para o fundo da garrafa onde se encontra a água. Normalmente, os mosquitos colocam os seus ovos em lugares húmidos, plantas flutuantes e pneus velhos. Mas não resistem a estas armadilhas por serem atraídos com o arroz, onde também acabam de colocar os seus ovos. Já no fundo da garrafa os ovos vão se tornar larvas e vão querer sair, mas ficam impedidos por causa da rede mosquiteira. Quando as larvas atingirem maior número, desfaz-se a armadilha com fita-cola e introduz-se javel para mata-las e deita-se fora; e repete-se o processo normalmente. As larvas de mosquitos na água alimentam se de substancias orgânicas, bactérias, fungos, etc., etc.

Cada família deve possuir no mínimo cinco armadilhas

Normalmente, numa comunidade que ocupa uma área de mais ou menos três quilómetros normalmente se aconselha possuir pelo menos 1.500 armadilhas. Cada família deve ter no mínimo cinco armadilhas e vão montar em lugares suspeito de proliferar o mosquito fêmea. E como o mosquito fêmea sobrevoa no raio de três quilómetros, normalmente esta será obrigada a depositar sempre os seus ovos nestas armadilhas por se sentir atraído pelo arroz. Facto que vai facilitar as comunidades a controlar as larvas e destruí-las.

Segundo explica Maria Pires, normalmente os mosquitos fêmeas vivem entre trinta e trina e cinco dias. Durante os dias de vida elas colocam os seus ovos de quatro em quatro dias. As fêmeas são fecundadas durante o voo ou em enxame do macho, e o seu acasalamento acontece entre 24 a 48 horas. O que significa que durante os 35 dias chegam a colocar sete vezes os ovos. Os mosquitos multiplicam-se sobretudo em lagoas, rios, represas. Junto as casas multiplicam-se em caixas de água, garrafas velhas, cascas de ovos e pneus velhos, etc., etc. Durante o dia ficam abrigados protegendo-se do excesso da luz e do vento. Começam a actuar ao entardecer e ao amanhecer ingerindo sangue de animais e seiva de vegetais.

O mosquito fêmea tem priorizado o sangue de animais para obter a matéria-prima e energia para o desenvolvimento do ovário. Em um mês o mosquito fêmea pode se alimentar 12 vezes picando várias pessoas a quem transmitem a malária. Os machos não são aptos a sugar sangue por as antenas não conseguirem penetrar nos tecidos dos animais, e se limitam a sugar apenas vegetais. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente a Malária chega a matar no Mundo cerca de um a três milhões de pessoas. Deste universo, a maioria são crianças e mulheres grávidas. Em África, estimativas indicam que a malária mata diariamente cerca de três mil crianças.

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