O ex-presidente do grupo petroleiro Yukos, Mikhail Khodorkovski, suspendeu na quarta-feira uma greve de fome iniciada na véspera para chamar a atenção do presidente russo Dmitri Medvedev por sua prisão preventiva.
“O objectivo foi alcançado. Ponho fim a minha greve de fome”, indicou Khokorkovski em um comunicado difundido na quarta-feira. Na noite de terça-feira, a porta-voz do Kremlin, Natalia Timakova, indicou que o presidente Medvedev estava a par da situação. Khodorkovski, julgado desde 2009 por malversação e revenda ilegal de petróleo, enviou aos meios de comunicação russos uma carta aberta ao presidente da Suprema Corte russa na qual anuncia a greve de fome.
“Inicio uma greve de fome até que me confirmem que Dmitri Medvedev recebeu de sua parte ou de qualquer outra autoridade competente toda a informação relativa à violação das recentes emendas legislativas sobre a prisão preventiva”, escreveu o antigo homem mais rico da Rússia.
O ex-dono da Yukos perguntava a Medvedev se ele estava satisfeito com o facto da justiça russa aplicar a lei como bem lhe parece. As emendas legislativas, adoptadas em março e assinadas pelo chefe de Estado em abril, determinam que uma pessoa suspeita de certos delitos economicos, em particular os pelos quais Khodorkovski é processado, não pode ser presa preventivamente.
O presidente russo iniciou a reforma para lutar contra a prisão abusiva de empresários, forma de pressão das forças de ordem para obter subornos, segundo organizações anticorrupção. O ex-diretor da Yukos e seu associado Platon Lebedev são passíveis de mais de 20 anos de prisão no processo atualmente em curso. Seus partidários acham que, com isso, o poder quer afastar do cenário político Khodorkovski, de 46 anos, um tenaz opositor do primeiro-ministro Vladimir Putin.