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Ex-colegas de Mandela querem concluir a segunda parte do seu livro

Ex-colegas de Nelson Mandela estão empenhados em concluir um livro que o primeiro presidente negro da África do Sul começou a escrever logo antes de deixar o cargo, e que seria uma segunda parte da sua autobiografia “Longa Caminhada Até a Liberdade”, disse o seu arquivista, segunda-feira (18).

Na primeira redacção de “Os Anos Presidenciais”, datada de 16 de Outubro de 1998 e vista pela Reuters no arquivo da Fundação Nelson Mandela, o herói da luta contra o apartheid escreve sobre as esperanças, medos e fragilidades dos movimentos de libertação de todo o mundo.

Duas décadas depois do final do regime de segregação racial, alguns trechos podem soar desconfortáveis para os actuais líderes do Congresso Nacional Africano (CNA, partido de Mandela), entre eles o presidente do país, Jacob Zuma, suspeito de receber o equivalente a 20 milhões de dólares em verbas públicas para reformar a sua casa.

“A história nunca para de pregar peças, mesmo com combatentes da liberdade experientes e mundialmente famosos”, escreveu Mandela depois de comentar as dificuldades de movimentos vitoriosos em exercer a transparência na gestão pública e reduzir disparidades sociais.

“Frequentemente, os antigos revolucionários sucumbiram facilmente à cobiça, e a tendência de desviar recursos públicos para enriquecimento pessoal acabou por dominá-los”, prosseguiu Mandela, que deixou a presidência em 1999, depois de um só mandato, e hoje, aos 95 anos, tem a saúde frágil.

“Ao acumular uma vasta riqueza pessoal e ao trair os nobres objectivos que os tornaram famosos, eles virtualmente desertaram das massas e aderiram aos ex-opressores, que se enriqueceram roubando de forma inclemente os mais pobres”, escreveu Mandela, sem citar nomes.

O executivo-chefe da Fundação Mandela, Sello Hatang, disse que os ex-colegas haviam começado a tentativa de terminar o trabalho, baseando-se em textos do próprio Mandela, outros materiais de arquivo e suas lembranças pessoais do prémio Nobel da Paz.

“É um trabalho colectivo, um projecto de pessoas que trabalharam com Mandela”, afirmou Hatang à Reuters na Fundação em Johanesburgo, onde Mandela passou o seu período profissional depois deixar o cargo. Ele recusou-se a dizer quem estava a trabalhar no livro ou quando ele pode ser publicado.

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