Milhares de trabalhadores em todo o sul da Europa protestaram contra os cortes de gastos em manifestações no Dia do Trabalhador, esta Terça-feira, antes das eleições na Grécia e na França no fim-de-semana, quando os eleitores devem punir os líderes pelas medidas de austeridade.
Sindicatos na Grécia, Espanha, Portugal, Itália e França estão a usar as tradicionais passeatas para demonstrar a sua irritação com as medidas de austeridade em toda a zona do euro, cujo objectivo é organizar as finanças mas que foram criticadas por forçar os países a mergulharem ainda mais na recessão.
Cerca de 5 mil trabalhadores, aposentados e estudantes gregos marcharam pacificamente até ao parlamento em Atenas, mostrando faixas que diziam “Revolta agora” e “Impostos aos ricos”.
A Grécia votará, Domingo, numas eleições parlamentares que corre o risco de prejudicar o resgate internacional que mantém o país vivo ao punir os partidos que deram apoio ao pacote.
“A nossa mensagem será mais forte no Domingo”, disse Maria Drakaki, 45, funcionária do sector público cujo salário foi reduzido. “Não tenho como votar num dos dois principais partidos.”
Na França, o presidente Nicolas Sarkozy competirá com sindicatos para ver quem consegue abocanhar a maior multidão, na esperança de ofuscar o seu brilho em passeatas de rua antes da segunda volta das eleições presidenciais, Domingo.
O socialista François Hollande, que não participará nas actividades do 1º de Maio, deve vencer Sarkozy, que esteve no cargo durante a crise da dívida da zona do euro.
As manifestações acontecem num cenário de crescente frustração com a austeridade que alguns países da zona do euro afirmam ser necessária para reduzir os deficits visando atender os limites da União Europeia e encerrar a crise da dívida.
