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Estudantes da Universidade Mussa Bin Bique em greve

Estudantes da Universidade Mussa Bin Bique, delegação de Inhambane, continuam a observar a greve iniciada a 15 de Maio corrente em protesto contra o agravamento das mensalidades, taxa de exames de recorrência entre outras atrocidades cometidas pela direcção da instituição.

Em relação às taxas, o valor referente às mensalidades foi agravado de 2500 para 3600 meticais e a taxa para a realização de exame de recorrência subiu de 550 para 1500 meticais.

De acordo com os grevistas, a universidade não reúne condições básicas para o seu funcionamento. Dizem as nossas fontes que estão a ser vítimas de burla, pois, existem docentes que dão aulas sem formação nas áreas nas quais leccionam. “Não queremos docentes curiosos. Eles devem sair imediatamente”.

Outra inquietação dos estudantes relaciona-se com o facto de a Faculdade de Direito funcionar na Escola Primária Completa 7 de Abril, em salas emprestadas, facto que cria embaraços para os estudantes porque frequentemente se cruzam nos sanitários com crianças que frequentam o ensino básico no mesmo espaço.

A falta de obras bibliográficas e a oscilações sem prévio esclarecimento da nota de dispensa de 14 para 16 valores e vice-versa contribuem igualmente para o levantamento dos ânimos daquela população estudantil.

Mais, dizem que não percebem as razões das alterações da nota que dá o direito à aprovação sem prestação de provas de exame. Em 2010 estava fixada em 16. No ano seguinte baixou para 14 e este ano direcção decidiu voltar a subir para 16.

Por isso, os estudantes reafirmam que só poderão voltar à sala de aulas depois da revisão das taxas em causa. “Aceitaremos voltar à sala de aulas depois de termos a confirmação de que as taxas foram reduzidas. As outras condições admitimos que sejam melhoradas a estudar”.

No entanto, o antigo reitor da Universidade Mussa Bin Bique, Francisco Alar, tinha prometido, antes da sua destituição, analisar cautelosamente todas as inquietações dos estudantes.

“Não vejo a razão de remover algumas taxas. A outra preocupação que os estudantes colocam é a nota de despensa, que passou de 14 para 16. Partimos do princípio de que um indivíduo que vai à universidade espera o melhor, e não o pior. Mesmo assim, vamos analisar e, se concluirmos que a preocupação é pertinente, vamos baixar a nota”.

Francisco Alar acrescentou que os conflitos que se registam no seio da universidade resultam de clivagens internas entre os patronos da escola. “Há clivagens no seio dos próprios donos da escola, que é o Centro da Formação Islâmica. Isso faz com que a instituição, que tem 14 anos, aparente ter sido criada ontem”.

A Universidade Mussa Bin Bique, delegação de Inhambane lecciona os cursos de Direitos, Auditoria, Contabilidade, Gestão e Ciências Agrárias.

“Francisco Alar é corrupto e não reitor da Universidade”, afirma Momed Bay

Entretanto, o presidente do Centro de Formação Islâmica e patrono da Universidade Mussa Bin Bique, Momed Bay, disse a jornalistas que o reitor daquela instituição é corrupto e foi por isso que ele foi exonerado do cargo.

Francisco Alar que cumpria o primeiro ano do seu mandato (de 4 anos) é indiciado de ter ordenado a transferência ilegal de avultadas somas de dinheiro para a sua conta pessoal, além de auferir um salário superior ao acordado no seu contrato com a universidade.

Momad Bay referiu que a universidade se predispôs a pagar um salário mensal de 120 mil meticais a Francisco Alar, no entanto, depois de mandar auditar as contas da escola, constatou-se que ele auferia 350 mil meticais, valor muito aquém do previamente estabelecido.

“Para além do salário, ele tinha direito a uma a uma casa. O que acontece é que o senhor Francisco Alar recebia 350 mil meticais por mês. Só isso constitui uma violação”, explica.

Estas irregularidades ditaram a destituição de Francisco Alar do cargo através do despacho do dia 19 de Maio de 2012, exarado pelo presidente do Centro de Formação Islâmica no uso das competências que o artigo 14 dos estatutos da universidade lhe confere.

Momed Bay assegurou que está para breve a nomeação de um novo reitor, estando neste momento a decorrer inscrições aos interessados.

“Isso não afecta o funcionamento porque a universidade outras estruturas que podem dirigir a instituição, nomeadamente o director-pedagógico e director-administrativo. Iremos criar uma comissão de transição para garantir o seu funcionamento normal”, concluiu

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