O Estado moçambicano contraiu uma dívida junto do Banco Mundial (BIRD) no valor de 421,9 milhões de meticais para financiar a empresa Transportes Públicos de Maputo (TPM), em 2013, e uma outra dívida estimada em cerca de 2.946,1 milhões de meticais para subsidiar o preço de combustíveis. Para financiar obras de construção de edifícios, igualmente junto do Banco Mundial, foi contraída uma outra dívida de 1.804,1 milhões de meticais, segundo consta no documento contendo a Conta Geral do Estado de 2013 para ser apreciada pela Assembleia da República (AR) numa das suas próximas sessões ordinárias.
Dados, entretanto, apurados durante um estudo sobre Proposta de Política dos Transportes Urbanos para Moçambique financiado pela Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) indicam que a já extinta empresa Transportes Públicos de Maputo (TPM) nunca conseguiu amealhar lucros desde a sua criação, tendo registado maiores prejuízos, estimados em cerca de 156,04 milhões de meticais, no biénio 2008/2009 e despesas avaliadas em cerca de 223,26 milhões de meticais no mesmo período.
A empresa foi extinta em Agosto de 2011 pela Assembleia Municipal da cidade de Maputo, numa altura em que empregava 490 trabalhadores, incluindo 173 condutores, ou seja, 12 trabalhadores por autocarro, contra cinco que seriam suficientes, segundo ainda o relatório do supra referido estudo da USAID.
A TPM requeria todos os meses assistência ao Governo para satisfação das suas mais urgentes necessidades no que diz respeito aos combustíveis e salários, apesar de o Estado sustentar um subsídio estimado em cerca de 40% do total dos seus gastos.