O líder radical de esquerda grego, Alexis Tsipras, recusou um convite do presidente para fazer uma última tentativa de formar um governo de coligação, esta Segunda-feira, deixando praticamente certa a convocação dumas novas eleições em que ele deve sair como vencedor.
A Grécia vive uma grave crise política há uma semana, desde que umas eleições inconclusivas deixaram o Parlamento dividido entre os que defendem e os que são contra o pacote de 130 biliões de euros de ajuda da UE e do FMI.
Nenhum dos lados tem assentos suficientes para formar um governo. As autoridades alertaram que a Grécia pode ficar sem dinheiro já no final de Junho se não chegar a um acordo para formar um governo que negocie a ajuda com os seus credores.
“O país está à beira do colapso e as esperanças de restaurar-se a estabilidade política estão a esvair-se”, disse o jornal financeiro Imerisia num editorial.
O presidente Karolos Papoulias tem que convocar novas eleições se não conseguir convencer os líderes partidários a formarem uma coligação.
Depois de um dia de negociações em vão, Domingo, ele convidou os políticos dos três maiores partidos para voltarem à residência presidencial às 13h30, junto com um pequeno grupo de esquerda.
Mas um membro importante do segundo maior partido, o radical de esquerda Syriza, disse que o seu líder Alexis Tsipras, de 37 anos, não vai comparecer.
Os eleitores contra o pacote de ajuda dividiram os seus votos em pequenos partidos na votação deste mês, mas agora estão unidos em apoio a Tsipras.
As pesquisas mostraram que ele agora ficaria em primeiro lugar numas novas eleições, o que lhe daria um prémio de 50 assentos extras no Parlamento de 300 lugares.
Tsipras recusa-se a fazer parte dum governo de coligação com os conservadores ou com os socialistas que governaram a Grécia nas últimas décadas, mas que foram punidos pelos eleitores insatisfeitos com o pacote de resgate da UE, que exigiu cortes duros nos salários e aposentadorias e aumento de impostos.
Tsipras diz que deseja manter a Grécia na zona do euro, mas que os termos do acordo devem ser cancelados. Essa posição é dividida pela maioria dos gregos, mas considerada inaceitável por muitos em Bruxelas.
Os líderes europeus alegam que suspender os termos do acordo significaria o fim do pagamento das parcelas de ajuda à Grécia, que permitiram até agora ao país escapar da falência. Atenas também seria excluída do euro.