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Esperança deve nortear a luta contra a pobreza

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, disse aos residentes da Ilha Josina Machel que a semelhança do camponês que lança a semente à terra confiante que ela vai germinar, crescer e produzir alimentos, o mesmo pode acontecer nos esforços de luta contra a pobreza.

Guebuza falava no domingo na Ilha Josina Machel, distrito da Manhiça, no comício popular que marcou o início da Presidência Aberta e Inclusiva a província meridional de Maputo. Nesta província, Guebuza vai ainda escalar os distritos de Moamba, Matutuine e Boane. A Ilha Josina Machel é fundamentalmente agro-pecuária e abastece os mercados da Vila Municipal da Manhiça e outros mercados do Posto Administrativo de Chinavane, mas que a relativa escassez de chuvas na última campanha reduziu ligeiramente os óptimos níveis de produção. A campanha agrícola 2009/10, a nível da província de Maputo, foi marcada por uma insatisfação das necessidade hídricas das culturas no período entre Janeiro a Março, época crucial para o desenvolvimento vegetativo das culturas da primeira época, segundo o informe do governo da província.

O cenário afectou bastante a campanha agrícola 2009/10, atendendo e considerando a distribuição irregular da precipitação neste período, apesar dos esforços empreendidos para aumentar áreas de cultivo, através da mecanização agrícola (tracção mecânica e animal), investimento em infra-estruturas para a irrigação e aprovisionamento atempado de insumos. Apesar destes constrangimentos, o Presidente disse que as realizações da última campanha agrícola mostram, sem sombra de dúvida, que os residentes da ilha que se dedicam a agricultura estão num bom caminho rumo ao destino que se pretende alcançar, embora haja ainda mais coisas por fazer. O Chefe de Estado explicou detalhadamente as duas tipologias de pobreza, mas que quando superadas as coisas mudam para o melhor.

A pobreza, segundo o Presidente, pode ser material, aquela em que as pessoas não têm comida, camisola para se proteger do frio, casa ou que a mesma não lhes protege do vento, por exemplo. A pobreza pode, por outro lado, ser espiritual que é a que as pessoas não acreditam no triunfo dos esforços que empreendem. No entanto, “se olharmos para estas manifestações veremos que algumas já vencemos, mas há coisas que ainda temos de vencer”, disse Guebuza, apontando, a título de exemplo, que no ramo de estradas, escolas, telefonia há muitos moçambicanos a beneficiarem destes ganhos, mas há locais que ainda não os têm, daí que a “a luta deve continuar!”.

A pobreza material começa na nossa cabeça, porque não acreditamos que podemos acabar com ela, por isso “lutemos contra a pobreza nas suas duas vertentes e havemos de vencer”, reiterou o presidente. Além dos aspectos materiais da pobreza, Armando Guebuza voltou a falar sobre a importância dos Conselhos Consultivos, órgãos criados pelo Executivo para reflectir, equacionar e decidir sobre os programas e as prioridades na agenda de desenvolvimento. Os conselhos consultivos, com a responsabilidade de gerir a alocação do Fundo de Desenvolvimento do Distrito (FDD), vulgo sete milhões de meticais, são prova da descentralização para acelerar o triunfo dos programas preconizados na agenda governativa do país.

Os residentes da Ilha Josina Machel também enalteceram a iniciativa, ao afirmar, na mensagem dos residentes que os sete milhões permitiram a aquisição de alfaias agrícolas, o aumento de oportunidades de emprego, melhoraram os níveis de produção agrícola, reabilitação e abertura de mais estradas ligando a sede do posto a outros destinos, facilitando, deste modo, o escoamento da produção agrícola para os mercados. Porém, pedem a massificação da mecanização da agricultura, expansão da rede eléctrica para mais pontos da ilha, construção de um centro de saúde, uma escola secundária para evitar a dispersão dos jovens que abandonam a ilha quando terminam a 7/a classe. Nesta visita a província de Maputo, Armando Guebuza é acompanhado por membros do governo e por diplomatas da Palestina e França.

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