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Erosão dos solos tira sono aos munícipes de Nacala

Munícipes da cidade de Nacala-Porto estão preocupados com o agravamento dos problemas ambientais cuja característica principal é a erosão dos solos que afecta mais de metade dos 33 bairros residenciais. A maioria desses bairros afectados localiza-se na zona baixa da cidade, onde se encontra o maior porto de águas profundas ao nível da África Oriental que, à semelhança de outras infra-estruturas económicas e sociais enfrentam permanentemente o risco de desaparecer.

Fernando Guimarães, morador do bairro Nicandavala, confessa que não dorme com sossego porque a província começa a registar fenómenos relacionados com sismo que, associados à chuva, podem deitar abaixo a sua casa a qualquer momento, embora seja construída de material convencional.

A erosão dos solos tornou vulnerável o meu bairro que já motivou o abandono voluntário de muitas famílias que se foram fixar noutros bairros de expansão – acrescentou.

Queixas como as do nosso entrevistado repetem-se noutros bairros afectados de forma severa pela erosão dos solos que provocam ravinas com mais de dez metros de profundidade como é o caso de Mocone, Mucuaiba, Triângulo, Ontupaia e Ribáuè.

O vereador do pelouro dos assuntos ambientais e urbanização na edilidade de Nacala-Porto, Champion Amade, disse que a vandalização protagonizada por munícipes em relação às estruturas de protecção construídas à base de gabiões nos anos 2003/04 com a finalidade de retirar pedra para construção, concorreu para acelerar o impacto da erosão nos referidos bairros residenciais.

Mas estamos a fazer trabalhos de vulto no sentido de travar a erosão dos solos no bairro de Ontupaia, depois de termos concluído trabalho idêntico em Ribáuè.

Vamos continuar com a acção noutros bairros afectados e naqueles que começam a apresentar sinais de erosão com vista a estancar o mal ainda na fase embrionária – disse o autarca, acrescentando que a edilidade conta para o efeito com recursos financeiros do fundo de reabilitação ambiental canalizados pelo governo central.

Entretanto, no município de Nacala- Porto há fenómenos que podem não estar a ocorrer em qualquer outra cidade do país, segundo admitiu o edil daquela cidade, Chale Ossufo, que se traduzem no uso ilegal de terra aliada às construções precárias desprovoidas de qualquer plano urbanístico.

Estes factos ocorrem nas áreas reservadas à edificação de grandes projectos e a atitude visa extorquir os investidores, o que em nada abona a imagem do município e, pior ainda, desencoraja o investimento privado, segundo o edil. Um cemitério familiar com cerca de cinquenta túmulos à noite, pode às primeiras horas do dia seguinte ter mais de quinhentos.

Nos túmulos fictícios são enterrados esqueletos de bicicletas ou mobiliário velho, tudo isso para aparentar ser uma sepultura real e todas estas manobras vergonhosas acontecem quando um empresário se mostra interessado em fazer uma construção naquele local que, por lei dá direito, à indemnização às famílias afectadas – lamentou Chale Ossufo.

Ainda na senda das indemnizações, munícipes há que, à calada da noite, constroem palhotas dentro do traçado de uma estrada municipal em projecção e, de acordo com o autarca, essas atitudes de oportunismo desmedido inquietam a edilidade que aposta para o presente ano acabar com o comércio informal em locais não recomendáveis, ou seja em frente de edifícios, estabelecimentos escolares e unidades sanitárias.

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