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Entre a comunidade de nacionais de origem asiática: agiotagem e vinganças no epicentro dos sequestro

Entre a comunidade de nacionais de origem asiática: agiotagem e vinganças no epicentro dos sequestro

Aquilo que foi o prenúncio de um novo fenómeno no país, que se traduziu em sequestros de cidadãos da chamada comunidade moçambicana de origem asiática e que configurou os alicerces da insegurança pública vigente, parece não ter fim à vista. Aliás, aquilo que parecia assunto de indivíduos que movimentam avultadas somas em dinheiro desceu à classe média. As vítimas da nova vaga desta onda de crimes deixaram de pertencer à comunidade muçulmana. O perigo anda à solta….

O jornal @Verdade traz, nesta edição, fruto de aturada investigação jornalística, um pouco dos contornos deste fenómeno que começou por assolar os ricos e, agora, estende os seus tentáculos à classe média.

Iniciados em meados de 2011, os sequestros tinham como vítimas apenas cidadãos de origem asiática, oriundos de uma comunidade na qual a circulação astronómica de valores monetários é digno de deixar qualquer concorrente do ramo comercial boquiaberto. Cerca de 30 milhões de dólares americanos terá sido o valor que as famílias pagaram para terem de volta ao recessos dos seus lares parentes que dias a fio estiveram em cativeiro de cadastrados que voltaram ao activo a soldo de um comando que os transcende.

Esta investigação estabelece as pontes entre os executantes e mandates, traz datas dos sequestros, nomes, contactos telefónicos e relatos de agiotagem outrora praticados pelos alegados reincidentes – crimes que o Estado não puniu – e conclui que no seio daquela comunidade se quebrou o código de silêncio, um pacto secular, selado por afinidades histórico/comerciais.

O quebrar do código omertha

Foi o quebrar do código omertha (quebra de silêncio), no seio de uma comunidade pujante na esfera empresarial, que ocultando informação à Polícia sobre o pagamento das ‘taxas’ cobradas, foi evitando assim multas elevadas das Finanças sobre as fortunas que se escondem por debaixo de tectos.

Crimes antigos e recentes do ‘grupo’

A agiotagem no seio da comunidade asiática – hoje com ramificações para outros grupos étnico-linguísticos – enraizou-se na década de ‘90, sendo que os primeiros factos públicos sobre os mesmos, vieram a público pela pena do finado jornalista Carlos Cardoso (Ver anexo “Método Satar”). Foi no extinto diário electrónico, o Metical, que se ficou a saber de uma extensa conversa entre os irmãos Nini e Ayoob Satar com a família do Bazar Central. (Ver caixa nesta edição)

Executores de sequestros (detidos)

1. Bendene Arnaldo Chissano “Angolano”, de 41 anos, natural de Luanda-Angola, filho de Arnaldo Semente Chissano e Esperança Simão João, residente na Matola Rio, rua da Doca, nº 93, usava como números de telefones celulares dois da Vodacom, respectivamente 845351141, 844151141 e um da operadora Mcel, 825315392;

2. Dominique Simão Mendes, natural de Maputo, de 38 anos de idade, filha de Mendes Simão Queia e de Ecineta Thule Sitoe, residente na Matola Rio, casa 23, Q, contacto 844899200;

3. Hélder Afonso Naene, natural de Maputo, de 35 anos de idade, filho de Afonso Naene e de Umbelina Ângelo Marrengula, residente no bairro Mussumbuluko, Q. 9, casa 430, telefone 827602646 e 846673007;

4. Ilídio Rafael Manicua, natural de Maputo, de 31 anos de idade, filho de Josefino Rafael Manicua e de Olinda Jorge Nhaca, residente no bairro das Mahotas, Q. 7, casa 415, telefone 821350940 e 842149999;

5. João Horácio da Conceição;

6. Arsénio António Joaquim Chitsotso, polícia;

7. Luís António Joaquim Chitsotso, polícia; 8. Albino Daniel Primeiro, polícia;

9. Joaquim Gabriel Chitsotso, tio dos polícias

10. Bernado Timana,

11. Manuel Valoi

12. Inácio Paulino

Cronologia dos raptos

26 de Julho de 2011

O cidadão Mohamed Kalú, um dos donos do Armazéns Atlântico, foi o primeiro a ser raptado. Escapou do cativeiro antes de ser pago o resgate que estava fixado em um milhão de doláres.

1 de Dezembro de 2011

O cidadão Yacub Satar, um dos irmãos proprietários da ferragem Somofer, foi raptado nas imediações do Circuito de Manutenção António Repinga quando se exercitava naquele local.

28 de Janeiro de 2012

Uma cidadã indetificada apenas pelo nome de Soraya foi raptada.

30 de Janeiro de 2012

Os cidadãos Abdul Cadir e Gulzar Sattar, tio e sobrinho respectivamente, foram raptados no cemitério de Lhanguene, na zona mahometana, quando iam visitar a campa de um familiar. Foram libertados 11 dias depois, a 9 de Fevereiro alegadamente depois de terem efectuado o pagamento de dois milhões de dólares americanos, em cash.

9 de Fevereiro de 2012

Foi raptada uma cidadã de 75 anos, parente de um dos proprietários do grupo AFRICOM, Sasseka e Delta Trading. Uma semana depois foi abandonada pelos raptores numa das avenidas da capital.

11 de Fevereiro de 2012

Tentativa de rapto do dono da Auto Hilux, Momade Rizwan. 26 de Fevereiro Rapto de um cidadão português, na praia do Bilene com alegadas ligações a empresários de origem indiana.

30 de Abril de 2012

Tentativa de rapto das cidadãs Farida Camurdine e Maria Nucha Amad.

19 de Maio de 2012

Raptado o proprietário da Incopal e dos Armazéns Machava, Mohamed Ibrahimo quando visitava o seu terreno na Matola. As autoridades recusaram-se a quantificar os valores pagos para o seu resgate.

27 de Julho de 2012

Raptado o empresário Bila lWassim, na Avenida Ho Chi Min, entre a Guerra Popular e Filipe Samuel Magaia. Os seus raptores exigiam três milhões de dólares. Wassin esteve em cativeiro cerca de um mês.

10 de Agosto

O dono do Tiger Center, Asslam Rassul, escapou de tentativa de sequestro por elementos vestidos com uniforme da Polícia à entrada da sua casa, próxima a faculdade de Direito, na Avenida Keneth Kaunda.

23 de Agosto

Raptada Hina Faruk Ayoob, filha de Mohamad Faruk Ayoob, de 17 anos, que configurou o entornar do caldo na comunidade. De acordo com fontes policiais, exigia-se pelo resgate de Hina cerca de cinco milhões de dólares americanos, mas, ao cabo de cinco dias, ela foi libertada sem que se pagasse valor algum. A Polícia, que nunca quis confirmar, foi buscá-la no cativeiro dos raptores – até agora no ‘segredo dos deuses’– tornando cada vez mais forte a crença de que a mesma resultou da promessa que o Presidente da República, Armando Guebuza, fez àquela comunidade.

Nomes dos “operacionais”

No seguimento do trabalho de investigação sobre esta organização criminosa, foi possível identificar alguns elementos que davam apoio logístico e financeiro aos executores, os quais foram detidos e apresentados perante o juiz de instrução do Tribunal da Cidade de Maputo que exarou um despacho de soltura, mediante o pagamento de caução a Rachida Abdul Satar, e a Danish Abdul Satar, irmã dos Satar e filho de Asslam Satar, foragido da justiça moçambicana em conexão com a mega-fraude ocorrida no defunto Banco Comercial de Moçambique em 1996. O jornalista Carlos Cardoso foi quem mais investigou e escreveu sobre a mesma, tendo sido brutalmente assassinado em Novembro de 2000.

Foram detidos vários membros da quadrilha, na sua maioria recrutados do exterior para dentro da BO, visto que estavam na mesma “ala 20”, também em cumprimento de penas, por terem cometido diversos crimes de sangue. O grupo aproveitou-se das influências que goza naquela cadeia e nos tribunais para orquestrar a fuga destes, para se ocuparem da execução dos sequestros e da manutenção no cativeiro das vítimas, até ao pagamento da importância acordada para o resgate. Foram reveladas as casas usadas para esconder as vítimas, duas localizadas no município da Matola e um no distrito de Boane, província de Maputo.

O genro de Bachir

Backir foi detido ano passado, dia 1 de Outubro numa missão conjunta entre a Polícia da República de Moçambique (PRM) e unidade da Força de Intervenção Rápida (FIR). Ele é proprietário de muitas lojas na cidade de Maputo, dentre as quais “Bakhir Cel Shop”, “Bakhir Game Shop” e “Bakir Auto Style”. Este empresário é genro do famoso empresário Momade Bachir Sulemane (MBS), o magnata dono do “Maputo Shoping Center”. Bakhir é marido da única filha de Bachir, de nome Zeinab.

Segundo apurámos de fontes policiais, o genro de Bachir é acusado de vários raptos e assassinatos de empresários moçambicanos muçulmanos. De trinta e um anos de idade, o empresário Bakhir é investigado no caso de assassinato do empresário Ahmad Jassat, dono da Expresso Câmbios, que foi baleado há meses na cidade de Maputo, na Avenida 24 de Julho e viria a morrer na vizinha África do Sul, numa unidade hospitalar. É acusado ainda do assassinato do empresário Momade Ayoob, do grupo “Ayoob Comercial”, que também foi morto numa tarde de sexta-feira, à frente da mesquita Masjid-E-Jilani, na rua Rainha Nomatuku na cidade de Maputo.

Fontes policiais dizem que o genro de Bachir, que tem negócios de venda de acessórios de viaturas, de celulares e de video games, tinha dívidas avultadas com estes dois empresários muçulmanos. Pesam ainda contra Bakhir acusações de ser mandante de alguns raptos consumados e outros fracassados, de empresários muçulmanos e ismaelitas na cidade de Maputo.

É o caso do rapto fracassado, que ocorreu em de Novembro de 2011, onde se tentou aprisionar o proprietário da “Mundo de Câmbios”, de nome Kasif, na zona da Belita, no bairro do Alto Maé, cidade de Maputo. Pesa sobre si a tentativa frustrada do rapto do proprietário da “Africâmbios. É também indiciado do rapto de uma senhora ismaelita, familiar dos donos da Delta Trading. Ainda é acusado no caso de rapto de Ibrahimo “Machava”, proprietário dos “Armazéns Machava”. Também é acusado no caso de rapto do proprietário dos “Armazéns Favorita”, de nome Salim, e no rapto do proprietário da SOMOFER, de nome Yaqub.

Perda de mais de três milhões de dólares em casinos sul-africanos

A Polícia soube também junto de fontes da Polícia sul-africana, que o genro de Bachir teria perdido, em casinos sul-africanos, cerca de 24 milhões de rands, o equivalente a três milhões de dólares, em “jogos de azar”.

O advogado e político Máximo Dias teria sido convidado para a defesa de Bakhir. Máximo Dias é advogado de Bachir, o sogro de Bakhir. Contactado na altura da detenção daquele, pelo diário Canalmoz, Máximo Dias disse que apenas foi chamado para acompanhar o empresário Bakhir nos depoimentos à Polícia, negando que tenha sido constituído (ainda) advogado de Bakhir.

Entretanto, a juiza de instrução criminal da provincia de Maputo, Helena Mateus Kida, ordenou ano passado a soltura de genro de MBS, alegando não existirem provas contra Backir Ayoob. Esta investigação apurou que Backir, via Joanesburgo, foi parar primeiro em Hong Kong e tem estado a circular entre Dubai (Emiratos Arabes Unidos) e Karachi (Paquistão).

Uma criança sequestrada em Maputo e outra na Matola

Nesta terça-feira, 08 de Outubro, duas crianças cujos nomes e idades não conseguimos apurar, foram sequestradas a caminho da escola, uma no bairro de Fomento, no município da Matola, e outra na capital do país. Em relação à menina raptada no “Fomento”, o caso deu-se por volta das 07h:00 daquele dia, quando o minibus de transporte escolar no qual a vítima e outras crianças viajavam foi interpelada e bloqueada por uma viatura sem matrícula. Conta-se que quatro indivíduos ainda não identificados mandaram todos os petizes saírem do carro e levaram consigo a menor.

Ainda na manhã de terça-feira, outra criança que se dirigia a uma escola primária, sita numa zona nobre da capital moçambicana, a poucos quarteirões da Presidência da República, foi sequestrada por indivíduos munidos de armas de fogo, que interceptaram, também, a carrinha de transporte escolar, agrediram o condutor e,, sob o olhar aterrorizado de outros petizes, escolheram a vítima e desapareceram. Segundo fontes não oficiais, o menor é filho de um moçambicano que é quadro sénior numa das maiores empresas de consultoria no país.

Pedro Cossa, porta-voz do Comando-Geral da PRM, apela a todos os que tiverem informação sobre os raptores para que comuniquem à unidade policial mais próxima. Ele chama a atenção aos pais e motoristas das crianças a serem mais cuidadosos e ágeis em situações desta natureza, pois um novo modus operandi dos sequestradores começa a ganhar forma, com as crianças a serem as principais vítimas.

Pede-se 16 a 20 anos de prisão para os sequestradores

A sentença dos oito réus acusados de sequestro e em julgamento na capital do país pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo será lida no dia 28 de Outubro em curso. O Ministério Público pede penas máximas de prisão efectiva para cada um dos criminosos em virtude de se ter provado que são culpados, sobretudo porque cinco deles confessaram o crime.

Na sessão desta terça-feira, reservada à produção de provas, o Ministério Público, através da Procuradora Ana Marrengula, pediu ao tribunal a aplicação de uma pena que varia de 12 a 16 anos de prisão para cada arguido, pois ficou suficientemente provado que os réus estão envolvidos no crime em alusão. Abdul Magid, advogado do assistente e representante de uma das vítimas pediu ao tribunal para que condene os indiciados a penas que variam entre 16 e 20 anos de prisão efectiva. Os elementos agravantes para o efeito são vários, dentre eles: cometimento de delitos na via pública, sequestros premeditados e cárcere privado.

Métodos Satar

(Maputo) Ao “mt” foi entregue cópia de uma cassete contendo duas gravações. Se assumida como prova pelos tribunais, esta cassete pode levar os irmãos Ayob Abdul e Momade Assif Abdul Satar a uma pena maior. As duas gravações contidas na cassete, quando cruzadas, confirmam que os irmãos Satar gravaram uma conversa telefónica entre terceiros – crime previsto na lei – e contêm ameaças de rapto e morte, assim como uma confissão de roubo que, pelo contexto da conversa, se percebe ser a fraude contra o BCM. Eis os factos.

No dia 23.04.2000, um domingo, um comerciante de Maputo que vamos continuar a chamar de Idrisse, a pedido do próprio, telefonou para o seu familiar Ismael Magid, mais conhecido por Nene. A cópia da gravação que possuimos é pouco nítida, mas percebe-se que Idrisse recomenda a Nene, seu pai e irmão para irem contar o seu conflito com os irmãos Satar “no jornal”, e ouve-se Idrisse a dizer, a dada altura da curta conversa, “devias ter cortado as duas pernas aos gajos”. Noutras passagens os dois falam de uma terceira figura que, alegadamente, “transportou dinheiro” para fora do país (trata-se, segundo uma outra fonte, de uma parte do roubo ao BCM), e de um tal Bicá que, das frases perceptíveis de Idrisse, se deduz ter sido arrasado financeiramente por ter de pagar aos irmãos Satar um crédito a juros mensais de 20%.

No dia seguinte, dia 24, Idrisse recebeu na sua loja uma cassete contendo essa conversa do dia 23. Ayob Satar, ao abrir a conversa com Idrisse, pergunta-lhe se “não basta a prova que te mandei?”. Nesse mesmo dia 24, Idrisse recebeu uma chamada dos irmãos Ayob e Momade Assif (conhecido por Nini). Esta conversa foi gravada. A cassete tem cerca de meia hora de gravação. Eis as suas passagens mais relevantes, acompanhadas de notas explicativas.

A “guerra” com Magid

Ayob: Eu telefonei de bons modos para ti. Estás a ouvir? Idrisse: Sim.

Ayob: Telefonei de bons modos para ti porque, aliás, eu mereço uma satisfação, não é?

Idrisse: Qual é a satisfação?

Ayob: …tu estás a interferir muito nesta guerra que está a haver entre nós e o Magid. (Abdul Magid, proprietário da conhecida casa comercial “Bazar Central”, conta que, em 1997, pediu emprestado à Unicâmbios 600 mil USD, pagando em três anos, por causa dos juros, 1.6 milhão USD)

Idrisse: …mas diga lá o que é que estou a interferir.

Ayob: Não basta a prova que te mandei?

Idrisse: A prova que tu mandaste. Tu é que estás a interferir porque tu estás a fazer gravações. Ouviste? Estás a interferir porque tu não tens nada que mandar fazer gravações …da minha casa…

Ayob: …eu estou a ter neste momento problemas muito sérios com …Magid do “Bazar Central”. Se tu queres problemas comigo. Eu estou a jurar, felicidade da minha mãe, estou a conversar de boa maneira contigo.

Idrisse: O quê? Vais-me matar?

Ayob: Não é matar. Há muita maneira de eu resolver o problema. Eu não estou a ameaçar a ti. Eu telefonei-te de bons modos. Achas aquilo que tu estás a fazer está muito correcto?

Idrisse: Mas o que é que eu fiz?…

Ayob: Eh pá, não chega aquilo que eu te mandei hoje?

Idrisse: Você está a gravar aqui em casa? Compras o pessoal da TDM e andas a fazer isto!? Isto é legal?…

Ayob: Tu és homem, eu também sou homem, estás a entender, não é? Esta guerra que eu estou a ter com o “Bazar Central”, não pensas que esta guerra é pequena. Eu não quero de forma alguma que eu desvie a atenção já para o meu inimigo não ser o Magid e seres tu. Ou tu preferes assim? Queres uma guerra comigo? Eu telefonei-te, eu tomei a iniciativade telefonar para ti. Tu queres fazer uma guerra comigo?

Idrisse: Eu não quero fazer guerra. (A partir daqui o tom das vozes começa a elevar-se e começa a haver, com frequência crescente, momentos em que os dois falam/berram ao mesmo tempo)

Idrisse: “Eu não quero fazer guerra com ninguém, eu só quero saber, porque já me disseram na TDM “andam a gravar o seu telefone”.

Ayob: Mas… eu estou a fazer uma pergunta muito directa.

Idrisse: Você deixa de ouvir conversas aqui no telefone, que eu não tenho nada a ver consigo.

Ayob: …eu alguma vez interferi na tua vida?

Idrisse: Não, não…

Ayob: …Há quantos anos que eu não falo contigo? Eu estou a ter um problema com o teu cunhado, Magid.

Idrisse: O problema é dele, não é meu…

Ayob: Estás a entender? Ele tem dois filhos, eu tenho aqui o meu irmão Nini. Estás a entender? Se é um problema entre eu e o Magid eu acho que só nós é que nos podemos entender e lutar também. Mas tu não podes dizer assim que nós roubámos dinheiro do banco, que nós cobramos 20% com o homem de (Bicá??), que tu vais partir as nossas pernas, que nós somos ladrões, estás a excitar o Néné. Eh pá, sabes o que pode originar isso? Estou a falar com bons modos….

Idrisse: O que é que pode originar?

Ayob: Eu desvio a minha atenção do Magid, estás a ouvir? Eu vou desviar agora.

Idrisse: Vais matar a mim, não é?

Ayob: O problema não é matar. Matar não é solução, irmão. Eu conheço onde tu vives, até tu conheces onde eu vivo.

Idrisse: Mandas-me alguém aqui matar-me?

Ayob: Não, espera, eu vou-te dizer uma coisa… Eu estou a falar como um bom amigo. Estás a entender?

Idrisse: Ya.

Ayob: Não estou a falar como seu inimigo. Neste momento o meu inimigo sabes quem é? É o Magid. Magid e os dois filhos. São meus inimigos. Porquê? Porque, tu já sabes, essa inimizade não vem de agora. Vem já de um ano para cá.

Idrisse: Ya.

Ayob: Porque eles têm contas comigo, têm acertos comigo. Esta guerra já teve outros contornos. Agora, se tu queres entrar nesta guerra, então eu estou te a convidar, seja bem-vindo. Eu estou-te a convidar. E já a partir deste momento, são 11 horas, a guerra já não é como “Bazar Central”, a guerra é (contigo)

Idrisse: Estás-me a meter medo, não é?…

Ayob: Eu não estou a meter medo. É melhor que entendas bem, pá.

Idrisse: Ouve lá, porque é que estás a mandar gravar minhas conversas ao telefone? Isto é ilegal, não se faz isto a ninguém.

Ayob: Quem é que comprova que eu ouço as tuas conversas?

Idrisse: A cassete comprova. A pessoa que mandou confirmou.

Ayob: Quem foi a pessoa que mandou?

Idrisse: Diz que tu é que mandaste.

Ayob: Eu é que mandei? Mandar o quê?

Idrisse: A cassete.

Ayob: A cassete de quê?

Idrisse: A cassete de quê!? Então não mandaste a cassete que dizes que mandaste?

Ayob: Ouve lá …

Idrisse: Estás a desviar.

Ayob: Tu sabes… aquilo que puseste hoje, o bikini, a cor do bikini que tu puseste eu sei, sabes?

Idrisse: Sabes? Qual é a cor?

Ayob: Qual é a cor? Eu sei.

Idrisse: Diga lá qual é a cor.

Ayob: Eu sei. Porque é que vou divulgar?

Idrisse: Diga lá, qual é o problema?

Ayob: …tu para mim és um brinquedo.

Idrisse: Tu também és brinquedo para mim, ouve lá.

Ayob: Eu estou a jurar (jura em nome do Corão)… posso vir aí, posso agarrar-te, posso fazer-te nu… a polícia. Tu estás a dizer na cassete que vais partir as minhas pernas?

Idrisse: Tu vais comprar tudo agora? (Ouve-se uma voz atrás, do lado de Ayob, a dizer: “Vou comprar a tua mulher”. Ao longo do resto da conversa torna-se mais nítido que há outras vozes dos dois lados da linha)

Ayob: Vou comprar a tua mulher…. (Escassos segundos depois Idrisse exalta-se; a gravação que temos não permite distinguir com precisão as frases curtas, mas ouve-se Idrisse a dizer: “tu vais à cadeia”).

Ayob: Eu tenho razões para telefonar para ti, porque tu provocaste-me.

Idrisse: Tu deixa de ouvir as chamadas. (Falam em simultâneo).

Ayob: …tu dizeres ao Papasito (o outro filho de Magid), ao Nene, que vais cortar as minhas pernas, que esses gajos roubaram dinheiro do banco. Eu roubei o teu dinheiro? Eu roubei o teu dinheiro?

Idrisse: Não.

Ayob: …ouve bem, vamos conversar como homens, para haver uma conclusão. Dá-me a entender que você quer entrar nesta guerra sem necessidade. Mas se você quer entrar nesta guerra, irmão, vem na guerra, bem-vindo. Já a partir de agora há uma guerra entre eu e você.

Idrisse: Ouve lá, vocês andam a agravar tudo. Porque é que andam a fazer isso? Eu não tenho nada a ver com o (Bicá??).

Ayob: …a falar a ti que eu cobrei 20%? …Mas você tem alguma coisa a ver que eu roubei dinheiro…? Estás a dizer na cassete que …vais partir pernas. (Ouve-se uma voz atrás a dizer frases que Ayob repete). Você está a dizer aí que o “Bazar Central” devia partir nossas pernas?

Idrisse: Tu gravaste, então.

Ayob: …eu estou-te a dizer, quem avisa amigo é.

Idrisse: Então deixa de ouvir as conversas ao telefone. A partir de amanhã ligas o seu amigo para não ouvir nossas chamadas.

Ayob: Tu sabes quantos conhecimentos eu tenho. Se eu quiser estar contigo agora à noite, posso estar contigo.

Idrisse: Tu tens muitos conhecimentos, eu sei.

Ayob: Eu posso estar contigo esta noite.

Idrisse: Então venha cá.

Ayob: Sabes onde é que eu estou agora? Estou perto de ti. A um metro. Tu não sabes.

Idrisse: Então entra lá aqui. Se você quer entrar, entra lá aqui.

Ayob: …tu pensas o quê? Tu pensas que estás a lidar com… tu para mim és uma criança… (conversa simultânea, de novo)… eu vou-te cortar tua língua. Eu estou a jurar pela felicidade de minha mãe, que morra, eu posso vir aí resolver à minha maneira.

Idrisse: Então você deixa de ouvir as conversas.

Ayob: …a guerra está declarada….

Idrisse: Eu não quero guerra com ninguém, mas deixa de ouvir conversas.

Ayob: Tu sabes o que vai acontecer? Ouve bem, vamo-nos entender. Você agitou, você disse assim Papasito, Nene vocês vão lá ao jornal, vão falar com o governador do banco, vão falar com o ministro, vão falar com o Presidente, vão lá para o jornal, falar que eles cobram 20%, que esse dinheiro é roubado do banco. Ahn?

Idrisse: Mas é ou não é?

Ayob: Isso é correcto?

Idrisse: Mas é ou não é?

Ayob: Você acha isso correcto?

Idrisse: Mas é ou não é? Vocês é que gravam os telefones das pessoas.

Ayob: Mas antes de gravar eu falei contigo? Eu provoquei a ti?

Idrisse: Mas você não roubou o banco? É verdade ou não é verdade? Você não roubou o banco?

Ayob: Mas eu roubei a ti? Se eu tenho um problema com o banco eu roubei a ti?

Idrisse: Não, não roubaste a mim.

Ayob: Eu roubei a ti?

Idrisse: …está bem, o problema é seu. Eu não tenho nada a ver.

Ayob: (Voz atrás: Roubei do teu cunhado?) Roubei do teu cunhado?

Idrisse: Eu não tenho nada a ver se você roubou.

Ayob: Então porque é que estás a dizer até agora, em vez de dizer, Ayob eu falei aquilo num tom de exaltação, se for preciso eu peço desculpas e vamos acabar com isto.

Idrisse: Eu não vou pedir desculpa… deixa de ouvir as minhas chamadas, eu não tenho nada a ver consigo. Só isso. Eu excito-me, fico nervoso porque você anda a ouvir chamadas aqui em casa. Eu não tenho nada a ver consigo, o teu problema é com o meu cunhado, está certo.

Ayob: Então porque é que tu estás a dizer que eu sou ladrão?

Idrisse: Porque é que vocês estão a ouvir minhas conversas aqui em casa?

Ayob: Eu …estou a ouvir a conversa do teu cunhado.

Idrisse: Estás a ouvir a minha conversa.

Ayob: Quem é que diz que eu estou a ouvir a tua conversa? Você para mim não é nada, eu não tenho nada a ver consigo. Eu tenho problema com Magid. Você deve dinheiro a mim? Você tem conta a pagar a mim? Então porque é que você está a dizer que eu estou a ouvir tua conversa? Estou a ouvir a conversado teu cunhado, pá…

Idrisse: Se estás a ouvir a dele não estás a ouvir a minha?

Ayob: Qual é a prova que diz que eu estou a ouvir de tua casa?

Idrisse: Você quando está a ouvir está a ouvir dos dois lados.

Ayob: Porque é que você entra no meio, no barulho entre eu e o Magid? Se você tem um problema comigo vem ter comigo e diz isto não se faz… você deve dizer, vocês sentam conversam, têm uma conta a pagar, pagam e resolvem o problema de uma boa maneira ou perdoam dívidas, mas você não pode agora dizer que nós roubámos dinheiro do banco.

Idrisse: A partir de agora eu não quero que você ande a ouvir as nossas conversas.

Ayob: Se eu ouvir ou não ouvir, você não há-de ter provas. Você tem provas que eu oiço tua conversa?

Idrisse: A cassete não é prova?… Ameaças (Ouve-se a voz de Ayob a dizer “fala lá com o Nini”)

Nini: …Nini aqui. Tu queres discutir connosco, queres lutar connosco?

Idrisse: Eu não quero lutar com vocês.

Nini: Sabes, se tu quiseres lutar, estás a perceber…

Idrisse: Eu não tenho nada a ver com a vossa vida.

Nini: Você não pode chamar ladrão às pessoas.

Idrisse: É que vocês estão a ouvir conversa aqui.

Nini: Meu amigo, nós se roubámos, roubámos dinheiro do banco. O teu dinheiro roubámos?…

Idrisse: Não.

Nini: Então porque é que você está a meter, a criar guerra connosco? Nós não temos medo de ti, não temos medo de ninguém…. Você tem prova que eu estou a ouvir tua conversa?

Idrisse: Vocês mandaram cassete.

Nini: …nós temos uma guerra com Papasito, o irmão e o pai. E você já sabia isto desde… quando nós nos encontrámos, falámos consigo, «teu cunhado está a levar muito dinheiro connosco, está a subir tudo connosco, vamos ter problemas um dia». Tínhamos ou não tínhamos conversado em Meca?

Idrisse: Ya, tínhamos…

Nini: Eu digo uma coisa… nós telefonámos para tua casa porque você disse que ia cortar nossas pernas. Você não tem lugar para cortar nossas pernas. Nós é que temos lugar para cortar tuas pernas….

Idrisse: Ah, vocês têm? Vocês compram tudo.

Nini: Temos tudo, ya. Mas não roubámos o teu…

Idrisse: Então roubaram de quem?

Nini: Não interessa a quem roubámos. Roubámos o teu dinheiro…? Porque é que tu estás agitado muito?

Idrisse: Porque é que você está-me a ameaçar?

Nini: Eu não estou a ameaçar. Você entende lá bem. Acha que fez bem dizer «vai cortar pernas, nós roubámos ao banco, não sei quê, cobramos 20% de juros?

Idrisse: Toda a cidade é que está a contar.

Nini: Você quer que eu abra agora mesmo um processo- -crime contra si? Você quer que eu abra um processo-crime contra você e você ficar detido?

Idrisse: Eu ficar detido?

Nini: Sim.

Idrisse: Você não está bom da cabeça. Eu bati alguém, roubei alguém? (Parece ser a voz de Ayob, outra vez): … tua inteligência é pequena, tu és uma criança.

Idrisse: Eu sou criança e você é homem!… Nini: Eu posso ir buscar agora o teu pai onde ele estiver.

Idrisse: Então venha buscar.

Nini: Posso vir buscar? Idrisse: Eu já vou comunicar à Polícia. Eu tenho aqui prova de gravação. Você mandou-me a cassete. Já tenho prova.

Nini: Mas quem é que diz que fui eu que mandei? … Agora a guerra já é Magid e (contigo)… Eu estou-te a convidar para a guerra. Idrisse: …Está-me a ameaçar…. Eu vou-vos mostrar quem sou eu. Está-me a meter medo? Vamos ver. Agora há guerra.

Nini: Você está a entrar na guerra sem necessidade… Queres fazer guerra?… o Magid entrou na cadeia. Eu não quero que tu, tens os teus filhos, tens tua mulher pá. Eu estou-te a avisar. Tu tens filhos, tens uma bonita mulher, tens uns bonitos filhos, estás a estragar tua vida… Tu tens filhos ou não tens filhos? Teus filhos vão na escola ou não vão na escola?

Idrisse: Vão na escola, sim…. mente… Vais da loja para casa, da casa para a loja, a pé, numa boa. Não tens problemas com ninguém. Teus filhos jogam futebol na comunidade. Tu não queres viver feliz, não queres viver em paz? Queres fazer guerra connosco?… Gostas ou não gostas deles (filhos)?

Idrisse: Quem não gosta dos filhos?

Nini: Tens uma mulher bonita, tens filhos bonitos, jogam futebol na comunidade, de manhã vão para a escola, tu queres entrar na guerra, o que é que vais ganhar?

Idrisse: Não quero entrar em guerra.

Ayob: Fala o Ayob… Eu não estou a ameaçar a ti. Tu não tens nada a pagar a mim. Quem ainda está a pagar dívidas é o teu cunhado Magid, levou dinheiro connosco, tu não levaste, tu não tens problemas connosco. Não fomos nós que fomos dar ao Magid. O Magid é que veio no nosso escritório levantar dinheiro. Então nós temos todo o direito de cobrar.

Idrisse: Ya, tem razão.

Ayob: Pá, tu tens os teus filhos. Tu não gostarias que os teus filhos fossem na escola à vontade? Gostarias de fazer escolta a eles? Ter medo? Eles vão e não voltam mais da escola?

Idrisse: Ya, estou a ouvir.

Ayob: Teus sobrinhos, tu disseste aos teus sobrinhos para irem no jornal. Com qual objectivo?

Idrisse: Desde que você pôs ontem aquilo eles já estão preparados. “Sobe e desce”

Ayob: …Eu hoje estive no jornal. Aquele anúncio é da responsabilidade exclusiva do jornal “Domingo” (trata-sede uma fotografia de Abdul Magid na coluna “sobe e desce”)… Aquele anúncio é da responsabilidade exclusiva do jornal. Teu cunhado tem direito a resposta. Mas uma coisa…, fica ciente de uma… Tu queres que na mesma página da próxima edição saia a fotografia da tua irmã? Eu tenho fotocópia do BI da tua mulher, da tua mãe, da tua irmã.

Idrisse: Podes pôr já. Se és homem podes pôr. Texas

Ayob: …estamos a conversar, como homens, não estamos aqui a lutar nem nada. Eu nem ia telefonar, eu ia agarrar teu filho, trazia aqui em minha casa. Vamos conversar como homens… Eu estou a telefonar como homem civilizado. Eu tenho estudos. Eu conheço a lei. Graças a Deus tenho uma vida boa…. eu estou-te a dizer o seguinte: Você não pode meter-se no meio onde não é chamado. Eu sei que te dói a ti porque é marido da tua irmã… mas você não tem a pagar a nós. Quem tem a pagar é o Magid. Então você vai dizer para cortar pernas? Qual é o ódio que você tem connosco?

Idrisse: O ódio que tenho é que vocês estão a ouvir as conversas. Só isso. Você acredita ou não Ayob, é só isso. Vocês eram meus vizinhos.

Ayob: Você quer ser nosso inimigo, não é? Eu vou desligar o telefone, mas vou-te dizer o seguinte: …você já é meu inimigo… Tu gostarias teus filhos… Eu também vou ter filhos….

Idrisse: Estás a ameaçar.

Ayob: Não estou a ameaçar, estou a falar.

Idrisse: Isto que estás a falar só fazem no Texas, na América.

Ayob: …tu queres luta connosco?

Idrisse: Eu não quero.

Ayob: Tu agora insultaste a mim, deixa-me dormir. Acha que isto é forma de lidar?

Idrisse: Só acordei porque você tinha ligado várias vezes.

Ayob: …eu posso agora tirar você do sítio onde você está para aqui em baixo.

Idrisse: Eh pa, você aqui manda.

Ayob: Eu posso fazer isso, eu tenho poder de te pôr aqui em baixo, sim.

Idrisse: Tens muita força.

Ayob: Eu vou fazer isso. Queres que eu faça? Idrisse: Depende de ti.

Ayob: Queres que eu amanhã de manhã, ou amanhã à noite ou esta noite possa fazer um atentado contra ti? Posso bombardear a ti?

Idrisse: Fazer atentado contra mim? Um bombardeamento?

Ayob: Sim, posso bombardear.

Idrisse: Porra, você é americano.

Ayob: Ouve lá… tu para mim és criança, teus sobrinhos para mim são crianças, diga lá a eles para tomarem leite em casa para não provocarem. Sabes, os teus sobrinhos o que é que fizeram? Eu tenho provas… sabes que esta guerra do dinheiro já está resolvida? Nós já acabámos guerra com o Magid. O Magid está a pagar o dinheiro a nós e nós não temos nada com o Magid. Sabes porque é que esta guerra começou de novo?

Idrisse: Não.

Ayob: Porque teu sobrinho Nene e Papasito roubaram fotos em casa da Amina, conheces? Idrisse: Eles não foram em casa da Amina. Ayob: Espera, ouve. Tua irmã… foi em casa da Amina e foram entregar ao Albano Silva. Fizeram chegar essas fotos ao Albano Silva e foram publicar no jornal (“Domingo”; trata-se de fotos do casamento de Asslam Satar, o terceiro irmão, também acusado no caso BCM, que está fora do país). Eu tenho provas …as pessoas que foram publicar essas fotos pensaram «Ayob e Nini agora vão para a cadeia» mas graças a Deus nós estamos cá fora.

No julgamento sabe quem vai estar? Teu cunhado Magid vai entrar de novo na cadeia se ele brincar connosco… é melhor você dizer «espera lá Magid, não provoca pessoas da Unicâmbios, é melhor vocês pagarem contas que devem», não estou a falar daqueles 150 (?)mil dólares, isso ele vai lutar no tribunal comigo… O Magid mandou uma mensagem… Eu não estou a pedir a ele. Ele vai pagar no tribunal quando eu ganhar, ele pode meter mil advogados, eu também tenho mil advogados. Se o juiz disser a mim você tem direito eu vou cobrar com Magid, legalmente, eu não vou fazer força para cobrar. Mas uma coisa diga lá ao Magid, para estar a 500 metros de nós.

Idrisse: Posso dizer a ele?

Ayob: Sim. Para estar muito longe de nós. Diz lá ao teu sobrinho Nene, eu tenho a fotografia dele, Nene, do BI dele, tenho a fotografia do BI do Papasito, tenho a fotografia do BI da tua irmã… tenho todas no meu arquivo e posso entregar em todos os jornais se eles fizerem guerra comigo. Para dizer que ninguém confia nos ladrões, os ladrões burlaram e esse processo já foi encaminhado ao tribunal. Eu estou a dizer, eu gosto muito dos teus filhos, eu estou a falar em nome dos teus filhos, são muito bonitos, eu também estou a lutar para ter filhos, por amor de Deus, estou a falar em nome do Madina, diz lá Nene e Papasito se provocarem a nós, qualquer coisa em termos de jornal minha atenção já virar contra teus filhos e contra ti.

Idrisse: Você está a ameaçar?… O problema é deles, vocês é que fizeram o negócio.

Ayob: Você é que deu ordens. …você disse ou não disse «vai lá ao jornal»?

Idrisse: Eles não são crianças. O advogado é Albano Silva….

Ayob: Então diga lá a Nene e Papasito, e diga lá a seus filhos se você ama a eles, para não brincarem connosco. Eu estou a jurar pela felicidade do meu pai, que o meu pai morra agora… vai chegar o fim do mundo.

Idrisse: Qualquer coisa que acontecer aos meus filhos eu estou na assembleia popular a cantar tudo, estou-te a avisar… Você por causa de mim vai estragar tudo…. Eu vou lá (assembleia).

Nini: Sabe quem falou mal de mim? O Comiche. Sabe quem é o Comiche? Você não é nada ao lado do Comiche. Sabe onde eu estou? Eu estou aqui. Estou a andar numa boa na estrada. Estou-te a avisar. Se qualquer coisa for publicada nos jornais.

Idrisse: Se eles publicam ou não publicam o problema é deles. Se alguma coisa acontecer com meu filho tu estás lixado.

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