Pelo menos nove casas de câmbio acabam de ser encerradas pelo Departamento de Supervisão Bancária do Banco de Moçambique (BM) durante a inspecção regular que tem feito, tendo culminado com a detecção de várias irregularidades não especificadas. O porta-voz do BM, Waldemar de Sousa, evitou entrar em pormenores sobre os casos que levaram o banco central a mandar encerrar as referidas instituições financeiras, limitando-se a dizer que a supervisão também abrangeu os bancos comerciais.
“A medida tem ou não a ver com as acusações recentes dos Estados Unidos da América (EUA) segundo as quais Moçambique tem sido usado para a lavagem de dinheiro?”, ingadou o Correio da manhã ao portavoz do Banco de Moçambique, tendo, em resposta, dito apenas que a supervisão que detectou as referidas irregularidades foi feita “no âmbito das atribuições por lei de supervisão bancária do Banco de Moçambique”. Lei contra branqueamento de capitais Refira-se, entretanto, que, na acusação contra Muhomed Bachir Selemane, proprietário do Grupo MBS, os EUA apontam que “a sua rede (de Bachir) contribui para a tendência crescente do tráfico de droga e de lavagem de dinheiro relacionada com o mesmo e que ocorre no Sul de África”.
Sobre lavagem de dinheiro, o porta-voz do BM lembrou que o país possui já um dispositivo legal contra aquele tipo de crime, sublinhando que “nós estamos empenhados no seu cumprimento, daí estarmos sempre a realizar a supervisão bancária que permitiu detectar as irregularidades que estiveram por detrás do encerramento das casas de câmbio”. Maputo detém um maior número de casas de câmbio, seguida da cidade da Beira, com duas, e Nampula, com apenas uma instituição, perfazendo agora um total de 20 a nível nacional.
