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Empresas de exploração mineira não honram compromissos sociais em Moma

A população e o Governo do distrito de Moma, concretamente no posto administrativo de Chalaua, localidade de Mavuco, sentem-se enganados por algumas empresas que se dedicam à exploração de recursos minerais, sobretudo por não honrarem com os seus compromissos de realização de actividade em benefícios da comunidade local nesta província norte de Moçambique.

Os residentes de Moma sentem-se enganados, pois desde que estas empresas chegaram e estão a exploram os recursos naturais existentes, não sentiram nenhuma benesse nas suas vidas e afirmam que estão chocados com a atitude dos patronos das referidas empresas, pois além da degradação das suas terras que serviam para fazer as suas machambas e outras actividades para garantir o sustento diário, as empresas exploradoras não criam nenhuma infra estrutura básica como se propuseram. Nenhuma salas de aula, postos de saúde ou estrada foi construída e nem mesmo um furo de água foi efectuado.

As empresas apontadas pela população são PARAIBA, MOZGEM (que se dedicam à exploração de pedras preciosas), e a KENMARE (que explora as areias pesadas).

Das três empresas, segundo os populares e o governo de Moma, apenas a KENMARE é que, embora insignificante, tem vindo a realizar algumas actividades, financiando a população local na produção de hortícolas, frangos, realização de actividades comerciais, além da construção de casas melhoradas e posto de saúde para as populações.

Lázaro Monteiro, de 43 anos de idade, nascido naquelas terras de Mavuco onde foi implantado um dos empreendimentos, diz que os mesmos não beneficiam a população local e questiona para onde são levado os minerais ali explorados. Lázaro culpa o Governo central pela situação e acusa-o de ser cúmplice, uma vez que, quando os populares tentam reivindicar os seus direitos, a Polícia da República de Moçambique aparece na sua máxima força para reprimir-los.

Eusébio Abdala Saide, de 31 anos de idade, natural da vila-sede de Moma, actualmente a residir em Mavuco, acusa as empresas e o governo de estarem a delapidar os recursos naturais em detrimento da população. Saide aponta as três empresas de exploração de pedras preciosas e areias pesadas, e outras de recursos marinhos e florestais de não contribuirem para o crescimento e desenvolvimento do distrito.

Margarida Pahari, de 29 anos de idade, sente-se traída pelos projectos que têm vindo a ser implantados no distrito, uma vez que, quando chegam enchem, a população de promessas. “Por mim, estes indivíduos deviam ser expulsos daqui porque estão a encher os bolsos explorando os nossos recursos. Garanto-vos que nos próximos anos o distrito de Moma poderá se transformar num deserto ou mesmo numa terra imprópria para a prática de agricultura e pesca”, afirmou.

O administrador do distrito de Moma, Araújo Chalé, referiu que as empresas localizadas no posto administrativo de Chalaua, na localidade de Mavuco, devem rever as suas promessas porque não estão a honrar com os compromissos feitos aquando da sua chegada.

Chalé afirmou que o governo local promoveu vários encontros com os responsáveis das empresas para recordá-los sobre as suas promessas que fizeram. “Eles prometeram trabalhar em Mavuco e reabilitar algumas escolas e posto de saúde local como uma forma de participar no processo de desenvolvimento do distrito”, referiu.

Num outro ponto, Araújo Chalé afirmou que as informações sobre invasão de uma das áreas pertencentes a uma das empresas não constituiu uma ameaça porque no local foi descoberto ouro e não turmalinas.

O administrador de Moma disse ainda que já foi reportada a direcção provincial dos Recursos Minerais e tudo está sendo feito para que nos próximos tempos os concessionários da área para exploração sejam notificados.

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