A Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) realizou na última terça-feira (29) a primeira Assembleia-Geral ordinária onde o Presidente do Conselho de Administração (PCA), António Rosário, apresentou os resultados do exercício de 2013 que foram negativos, segundo a fonte, devido ao facto de a empresa ainda estar numa fase de investimento, marcada por um empréstimo de 625 milhões de euros contraídos em bancos estrangeiros e tendo como avalista o Estado moçambicano.
A criação da EMATUM – que tem como accionistas o IGEPE (Instituto de Gestão das Participações do Estado), a Emopesca (Empresa Moçambicana de Pesca) e, a GIPS (Gestão de Investimentos, Participações e Serviços, Limitada), uma entidade unicamente participada pelos Serviços Sociais da polícia secreta de Moçambique, o SISE (Serviço de Informação e Segurança do Estado) – provocou muita polémica uma vez que o Executivo de Armando Guebuza ocultou das contas públicas a sua participação como avalista na emissão de um empréstimo obrigacionista junto a um banco francês e a outro russo para a compra dos barcos e actividades inerentes à firma.
Entretanto, para além do nome do PCA, pouco mais ficou a saber-se sobre esta empresa que se propõe a pescar pelo menos 10 mil toneladas de atum todos os anos. Os nomes dos restantes membros do Conselho e Administração assim como dos membros Conselho Fiscal continuam a ser um segredo de Estado.
Apesar de António Rosário afirmar que a EMATUM deverá empregar pelo menos 300 trabalhadores, só no mar, continua na penumbra o destino dos restantes 425 milhões de Euros investidos na empresa, uma vez que as 30 embarcações adquiridas à empresa francesa Construções Mecânicas da Normandia vão custar 200 milhões de Euros.