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Elogios à vida e obra marcam último adeus

Elogios à vida e obra marcam último adeus

Foi por volta do meio dia desta quarta-feira que os restos mortais do artista plástico moçambicano, Malangatana Valente Ngwenya, chegaram ao edifício do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, nos Paços do município, local que acolheu a primeira etapa das suas exéquias fúnebres.

 

 

Num misto de dor e luto, várias figuras, entre políticos, académicos e artistas de diversos ramos, marcaram presença naquela cerimónia do Estado do “Adeus” ao “mestre Malangatana”, falecido há uma semana e cujos restos mortais estiveram durante a tarde de , em câmara ardente, para uma despedida pública.

Os discursos de ocasião dos presentes coincidiam na opinião de que o desaparecimento físico daquela “artista mor” representa uma “perda irreparável para o país, para África e para o mundo”, uma vez que as suas obras artísticas extravasam a dimensão, significado e valor cultural local.

Para o ministro da Cultura, Armando Artur, a melhor homenagem que se pode fazer é a transformação do sentimento que marca este momento, em energia para o desenvolvimento de artes em Moçambique, tendo em conta a qualidade inquestionável das obras feitas por Malangatana.

“Malangatana demonstrou qualidade nas suas obras e foi graças a essa qualidade que conseguiu atingir o nível que conseguiu atingir, daí que os homens da cultura devem trilhar por este caminho” – disse Armando Artur.

Por seu turno, Graça Machel, considera que Malangatana encarna diversas identidades mundiais, facto que o torna incontornável quando se fala das artes no mundo em geral, e em Moçambique, em particular.

Para a viúva do primeiro Presidente de Moçambique, mesmo que não tenha sido professor de profissão, Malangatana foi um grande educador e os seus feitos devem ser eternizados, não apenas pelo governo, mas por todas as pessoas, incluindo a sociedade no geral.

Os restos mortais do pintor deixam Maputo no início desta manhã para o povoado de Matalane, distrito de Marracuene, onde será velado ao longo do dia, na presença de membros de familiares, membros do governo, amigos e a comunidade da sua terra natal.

O enterro dos seus restos mortais terá lugar amanhã, em cerimónia de Estado que contará com a presença do Presidente da República, Armando Guebuza.

Refira-se que os restos mortais do artista chegaram à capital moçambicana, por cerca das 9:30 horas desta quarta-feira, provenientes de Portugal, país onde perdeu a vida, no passado dia 5, no hospital Pedro Espano, em Matosinhos, no distrito do Porto.

Homenagens No seguimento das diversas homenagens em memória de Malangatana, divididas entre Portugal e Moçambique, a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e o Conselho Municipal de Maputo está a preparar mais uma cerimónia ao mestre das artes plásticas nacionais.

Segundo um comunicado da UCLA, enviado à nossa redacção, está em curso a elaboração de um “programa de homenagem ao pintor e mestre Malangatana Valente Ngwenya, nome maior do panorama cultural da lusofonia”.

A homenagem em perspectiva terá lugar no próximo dia 6 de Junho, dia do seu aniversário natalício e comportará um espectáculo, na cidade de Lisboa, cujos pormenores ainda não foram divulgados.

Luto nacional A partir desta sexta-feira, a bandeira nacional em todo o país e missões diplomáticas e consulares moçambicanas estará em meia haste, em sinal de luto nacional, pelo desaparecimento físico daquele que é também designado por embondeiro das artes plásticas nacionais.

O luto vai prolongar até ao próximo sábado e resulta de uma decisão do Conselho de Ministros para homenagear a vida e obra de Malangatana Valente Ngwenya.

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