O Tufo, dança tradicional largamente praticada na região costeira das províncias de Nampula e Cabo Delgado, pontos de onde se propagou para outras paragens do país, está a perder alguns elementos que fazem parte da sua componente cultural e que a torna importante de entre as muitas formas de dança que actualmente são exibidas.
Apesar de tal facto, de acordo com o chefe do Departamento do Património Cultural, na Direcção Provincial e Educação e Cultura, em Nampula, Mário Intetepe, as autoridades governamentais, não vão desistir dos esforços tendentes a conseguir o reconhecimento do Tufo como património cultural da humanidade, por parte da Agência das Nações Unidas para a Ciência Educação e Cultura – UNESCO.
A dança tufo é originária dos países árabes, praticada perante o rei por mulheres seleccionadas entre as consideradas mais bonitas. Chegou ao nosso país no período da penetração árabe, através das províncias do norte.
Os povos mercantilistas árabes, foram os responsáveis pela proeza. De acordo com Mário Intetepe, a dança tufo que conheceu uma rápida propagação pelas regiões costeiras de Nampula e Cabo Delgado, já não é exibida obedecendo os mesmos passos que reflectem a sua origem e a sua adulteração, deve-se em parte, a tendência de mistura com a dança contemporânea.
A dança contemporânea não assenta a forma de exibição da dança tradicional, no caso vertente do tufo. Grupos há que no esforço de simplificar a forma com que o tufo deve ser exibido tanto no ritmo, melodia e indumentária acabam adulterando toda uma forma de manifestação cultural colocando em perigo a sua existência – referiu a nossa fonte.
O sector da cultura, em Nampula, vai trabalhar com os praticantes, ao nível da província, no sentido de os sensibilizar para a manutenção do ritmo do passado que a dança carrega na sua manifestação profunda, da forma de estar culturalmente sobretudo dos antepassados.
Algumas danças tradicionais com longa referência entre a população de Nampula, nomeadamente Nicula e Mussiripuite, enfrentaram o risco de desaparecimento facto relacionado com a fraca vontade dos jovens, de adoptar aquelas manifestações culturais típicas.
