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Eleições : três detidos em cenas de violência em Manica

Actos de pugilato, pancadaria, pauladas com piri-piri a mistura são o rescaldo de escaramuças envolvendo integrantes de caravanas de campanha eleitoral da Frelimo e da Renamo, no distrito de Sussundenga, Localizado a norte da província central de Manica, tendo resultado em três detidos indiciados da pratica de crimes de agressão física e destruição de material de propaganda eleitoral. 

Os representantes dos dois partidos rivais (Frelimo e Renamo) acusam-se mutuamente de obstrução de material de campanha eleitoral de um e doutro partido, alegando que quando um toma iniciativa de avançar para um lugar, em campanha, o outro antecipa-se e faz-se ao terreno antes, facto que tem provocado fúria entre os membros das duas caravanas originando escaramuças. No meio deste ambiente de confusão, os integrantes das caravanas dos dois partidos acabam enveredando por actos de pugilato, pedrada, pauladas e atirando piri-piri para os olhos dos outros e destruindo material de propaganda eleitoral.

O incidente obrigou a policia a intervir, acção que, segundo o comandante distrital, Nito Machava, resultou na detenção de três indivíduos. Um dos detidos já foi julgado e condenado a três meses de prisão e ao pagamento de três salários mínimos, pelo facto de o Tribunal Judicial Distrital ter provado que cometeu o crime de destruição de material de propaganda eleitoral. Os processos dos outros dois acusados continuam em tramitação. Segundo explicou, Venâncio Veremo, primeiro secretario do Comité distrital da Frelimo em Sussundenga, tudo começou quando a caravana de Frelimo deslocou-se a zona de Munhinga, em mais uma jornada de campanha, tendo iniciado tranquilamente a sua actividade, altura em que de repente irrompeu para o mesmo local os membros da caravana da Renamo.

Estes indivíduos, de acordo com Veremo, tinham agendado um encontro de trabalho para a mesma zona, mas na sua sede, “só que quando chegaram ao local não encontraram ninguém, porque as populações estavam a participar na reunião da Frelimo e ficaram furiosos, tendo decidido sabotar a campanha da Frelimo”. “É neste ambiente que os elementos da Renamo interpelaram três dos nossos camaradas e, num acto de provocação, obrigaram-lhes a gritar viva Renamo, gesto correspondido por uma recusa. Em reacção, os homens de Dhlakama quiseram estampar seu panfleto na cara de um deles, que em reposta o rasgou. Uma vez mais, os homens da Renamo desataram aos pontapés, atirando pedras e piri-piri para a cara dos nossos camaradas”, contou Veremo.

Do piri-piri, resultaram seis feridos, entre os quais três em estado grave, que se encontram hospitalizados por terem sido atingidos na vista. A policia, segundo o primeiro secretario, foi chamada a intervir para amainar os ânimos tendo detido dois homens e uma senhora, ambos membros da caravana da Frelimo, um dos quais acabou sendo condenado pelo Tribunal acusado de destruir material da campanha eleitoral da Renamo. Para repor a justiça neste caso, o primeiro secretario disse que a Frelimo esta também a processar criminalmente os elementos da Renamo que protagonizaram actos agressivos contra os da Frelimo, tendo assegurado que, apesar da confusão instalada no local, foram devidamente identificados.

Por seu turno, Aida Matsangaissa, membro da Comissão Política Nacional da Renamo, que dirige a campanha eleitoral da seu partido naquele ponto do país, conta que as escaramuças tiveram início logo no primeiro dia da campanha, com elementos da Frelimo a não arredarem pé na procura de todas as formas para sabotar o trabalho do seu partido, procurando sempre entrar em rota da colisão. “Desde o primeiro dia, em todos os locais onde pretendemos fazer campanha informamos a policia para nos garantir segurança, só que para a nossa surpresa aparecem sempre caravanas da Frelimo a mesma hora e no mesmo local”, disse.

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