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Eleições: deputado da Frelimo agredido por membros da Renamo

Um grupo de simpatizantes da Renamo, a maior forca politica da oposição em Moçambique, agrediu o deputado da Frelimo, Nelson Afonso Alberto, parlamentar deste partido no poder pelo círculo eleitoral de Nampula. 

A agressão ocorreu no passado dia 26 de Setembro corrente, segundo revelou na quarta-feira à AIM, Armindo Marcelino Gove, director de campanha da Frelimo para o distrito da Ilha de Moçambique, e confirmada a agencia noticiosa nacional pelo chefe da brigada da Policia de Investigação Criminal (PIC) do Comando Distrital da Policia na Ilha de Moçambique, Assan Sualé. O incidente ocorreu durante a visita do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, nesta região insular entre os dias 25 e 26 do corrente mês.

“No decorrer do comício do líder Afonso Dhlakama, que ele realizou na Ponta da Ilha (um dos bairros da Ilha de Moçambique), mais concretamente na Rádio local, houve agressões, das quais a primeira vítima foi o gerente da AGT da Ilha de Moçambique, que foi seguida da agressão do deputado da Assembleia da Republica”, disse Sualé. O chefe da brigada da PIC diz não encontrar nenhuma justificação para o primeiro caso. “Nós podíamos considerar que talvez ele fosse provocador, mas … não tinha nenhum panfleto da Frelimo ou um outro partido, estava apenas a passar pela estrada”, explicou Sualé.

Com relação ao segundo caso, Sualé explicou que o mesmo ocorreu durante o regresso do deputado da AR de mais uma jornada de campanha eleitoral, no continente. “O deputado estava fora da Ilha de Moçambique e penso que foi surpreendido (pelo comício) e, assim, também acabou sendo vítima de agressão”, referiu. Durante o mesmo período, registouse mais uma agressão perpetrada pelo próprio delegado da Renamo, José Carmona, que esteve detido nas celas do Comando Distrital da PRM por um período de 48 horas. “Ele (Carmona) já tinha três expedientes contra ele por casos de agressão. Após uma análise, concluímos que já não se trata de campanha, porque a lei da campanha não permite que alguém abandone a sua caravana para ir agredir alguém”, disse.

Por isso, Sualé acredita que o delegado político da Renamo poderá estar a tirar proveito da campanha eleitoral para fazer ajuste de contas pessoais. “Isso já são problemas anteriores. Por exemplo, na rua da marginal, próximo da residência dos padres, estava estacionada uma motorizada, com a bandeira da Frelimo, e o dono estava dentro da casa.

Ele (Carmona) abandonou a caravana para provocar danos materiais na motorizada”, disse o chefe da brigada da PIC. Um outro caso, também envolvendo o delegado político da Renamo, ocorreu quando a caravana do seu partido estava a passar pela casa de uma senhora e começaram a lançar pedras. “Isso já não é assunto de campanha. Mas como ocorreu dentro do período de campanha nós acabamos considerando como incidente de campanha”, disse Sualé.

O delegado político da Renamo permaneceu 48 horas na cela por se tratar de um fim-de-semana, tendo sido restituído a liberdade provisória na segunda-feira, depois de o caso ter sido ouvido pelo Ministério Público. Fazendo um balanço dos primeiros 15 dias de campanha eleitoral, Sualé faz uma análise positiva, não obstante a ocorrência de um total de 12 casos de agressão.

“Não existe nenhum detido, pois as pessoas estão a aguardar a notificação do tribunal para os devidos efeitos”, disse Sualé, para de seguida acrescentar “de um modo geral, a campanha está a decorrer normalmente, a tranquilidade voltou, e todas as instituições do Estado estão a funcionar”. “Não há razões de queixa”, frisou. Na Ilha de Moçambique, Dhlakama permaneceu pouco menos de 24 horas, tendo realizado apenas um comício.

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