Até hoje, último dia para inscrições e submissão de candidaturas para as eleições de 28 de Outubro próximo, apenas três partidos políticos formalizaram a sua candidatura para participarem nas legislativas e Assembleias Provinciais na Comissão Nacional de Eleições (CNE). Trata-se dos partidos Frelimo, actualmente no poder, o Ecologista (PEVE) e de Reconciliação Nacional de Moçambique (PARENA).
De acordo com dados da Comissão Nacional de Eleições (CNE), 25 partido políticos manifestaram a intenção de concorrer nas eleições, dos quais um número não especificado se encontra numa situação de inscrição não aceite por falta de documentos. Assim, espera-se, na Quarta-feira, ultimo dia de inscrições e submissão de candidaturas, uma grande enchente na CNE.
Esta situação terá sido causada pela própria CNE que demorou notificar os partidos políticos inscritos para formalizarem as suas candidaturas. O atraso, segundo explicações da própria CNE, deveu-se à falta de quórum suficiente para deliberar sobre as manifestações de interesse apresentadas pelos partidos políticos. “Esta situação deveu-se a ausência dos membros da CNE durante as últimas semanas, porque não tínhamos quórum suficiente para deliberar. Aqui apenas estava o Presidente da CNE e um vogal e os restantes se encontravam na diáspora. Para deliberar, o quórum necessário é de sete vogais”, explicou a CNE.
O Partido Frelimo, que se inscreveu no dia 22 deste mês, apenas foi notificado na última Segunda-feira, o mesmo aconteceu com a Renamo, maior forca politica da oposição, que manifestou interesse nas primeiras semanas do arranque do processo. Esta situação afecta todos os partidos inscritos, por essa razão, durante a submissão de candidaturas, a CNE está a apresentar formalmente as suas desculpas. Depois do acto de formalização das candidaturas, os partidos políticos vão envolver-se na preparação de estratégia eleitoral e da propaganda, enquanto aguardam a divulgação da lista dos apurados pela CNE.
O presidente do PEVE, João Massango disse a jornalistas que o seu Partido vai participar nas legislativas e assembleias provinciais em todo o país e ainda nos círculos eleitorais de África e Europa. Massango referiu que o seu Partido acredita que vai conseguir assentos na Assembleia da República (AR), o Parlamento moçambicano, e nas Assembleias Provinciais. “Temos o desejo de nos vermos representados em todas as Assembleias Provinciais e ter dois a cinco assentos no Parlamento. As metas que temos para AR representam um sonho muito alto porque somos defensores da ecologia e muitas vezes não temos aceitação, mas estamos confiantes”, defendeu. Massango disse estar optimista quanto a aprovação da candidatura do seu Partido, uma vez que “não apresenta muitos problemas” e desde já “vamos trabalhar” para suprir as irregularidades existentes antes de serem notificados pela CNE.
Enquanto isso, Verónica Macamo, mandatária das candidaturas da Frelimo disse que o passo subsequente é afinar a máquina eleitoral para garantir mais uma vitória do Partido e seu candidato às Presidenciais. Macamo reiterou, na ocasião, a vontade da Frelimo de reconduzir o seu candidato (Armando Guebuza) para a “Ponta Vermelha” (Presidência da Republica) com uma margem de votos muito mais alta que as que o elegeram em 2004. Por outro lado, a Frelimo pretende assegurar uma maioria absoluta no Parlamento. “Agora que submetemos a nossa candidatura, vamos afinar a máquina para vencer as eleições de 28 de Outubro de forma convincente. Nós apresentamos uma boa organização do trabalho e os processos estão em ordem, por isso acreditamos que seremos aprovados para concorrer”, afirmou.