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Eleição presidencial afegã terá 10% das urnas recontadas

As cédulas de quase 10% das urnas serão examinadas e submetidas a uma recontagem por suspeitas de fraude nas eleições presidenciais de 20 de agosto no Afeganistão, anunciaram fontes oficiais. A Comissão Eleitoral de Reclamações (ECC) ordenou na semana passada a recontagem das cédulas das seções eleitoras com provas claras e convincentes de fraude.

O presidente da ECC, Grant Kippen, declarou à AFP que a ordem será aplicada a 2.500 seções eleitorais, de um total de 25.450, de todas as províncias. Vários observadores afegãos e estrangeiros apontaram irregularidades em todo o país no dia da votação, em maior ou menor escala segundo as fontes.

A ECC recebeu milhares de queixas por fraude e advertiu que as investigações podem durar vários varios meses. Os resultados definitivos das eleições serão anunciados apenas ao fim das investigações. O que está em jogo é saber se o atual presidente, Hamid Karzai, grande favorito e instalado no poder desde 2001 pela comunidade internacional, será eleito no primeiro turno, como deixam pressagiar os resultados em 95% das seções apuradas, ou se será obrigado a esperar um segundo turno.

Seria preciso então esperar vários meses para organizar esse segundo turno, o que mergulharia o país numa incerteza política que só beneficiaria os talilbãs. A respeito da situação de segurança no país, o chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, Michael Mullen, defendeu o envio de mais militares ao Afeganistão. “A luta provavelmente vai requerer mais forças e, sem dúvida, mais tempo e compromisso para a protecção do povo afegão e o desenvolvimento de um bom governo”, declarou o almirante Michael Mullen a uma comissão legislativa. “Podemos cumprir a missão que nos foi confiada.

Mas vamos precisar dos recursos correspondentes”, acrescentou, enfatizando que, de qualquer maneira, ainda não se tomou uma decisão formal sobre o envio de reforços ao Afeganistão. Segundo a Casa Branca, o presidente Barack Obama só decidirá em algumas semanas o envio ou não desses reforços. Entretanto, o apoio dos americanos à guerra no Afeganistão voltou a baixar, segundo uma pesquisa da CNN. De acordo com a enquete, 58% dos americanos se opõem à guerra no Afeganistão, contra 39% que estão a favor. Em compensação, há dois anos 48% dos americanos estavam contra e 50% a favor.

Os Estados Unidos invadiram o Afeganistão no fim de 2001 depois dos ataques de 11 de setembro e desde então suas tropas continuam lá. “O Afeganistão não é o Vietnã”, declarou o presidente Barack Obama, rejeitando a analogia frequentemente feita entre as duas guerras, em declarações publicadas no jornal The New York Times. “É preciso aprender as lições da história. Por outra parte, cada período histórico é diferente; uma pessoa se banha duas vezes no mesmo rio. E o Afeganistão não é o Vietnã”, insistiu, respondendo à pergunta se temia ter a mesma sorte do presidente democrata Lyndon Johnson em relação à guerra do Vietnã.

Johnson, cuja popularidade desabou ante a oposição crescente à guerra do Vietnã, desistiu de disputar sua sucessão nas eleições de 1968, que foram vencidas pelo republicano Richard Nixon.

Agosto foi o mês mais mortífero para os soldados americanos desde o início da guerra no Afeganistão, há oito anos.

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