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Elefantíase: tratamento para dois milhões de doentes

Cerca de dois milhões de moçambicanos com elefantíase, uma doença cientificamente conhecida por filariose linfática, vão beneficiar de tratamento nos próximos tempos. Tal será possível porque a Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com o programa de doação de Mectazin (nome também dado ao medicamento para o tratamento da elefantíase) se disponibilizou a ajudar o país, segundo a Rádio Moçambique (RM).

O programa de doação de Mectazin é uma parceria que envolve várias organizações que operam na área da saúde no mundo e alguns doadores. O Chefe de Departamento de parasitologia de sangue, Ricardo Thompson, disse que as autoridades sanitárias moçambicanas vão levar a cabo, este ano, um programa de tratamento massivo nos 128 distritos do país, com objectivo de “eliminar as fontes de infecção da filariose”. Por seu turno, o representante da OMS em Moçambique, El Hadi Benzerroug referiu que a sua instituição está a dar apoio gratuito para eliminação da elefantíase em dois milhões de pessoas, no país.

“Para Moçambique, estamos a falar de dois milhões de pessoas e a OMS em Moçambique está a mobilizar a sua equipa para trabalhar com o Ministério da Saúde e parceiros disponíveis para avançamos neste programa” explicou.

A elefantíase é causada por uma infecção transmitida por picada de mosquitos que causa deformidades no corpo humano. Em Moçambique, esta doença é predominante nas províncias das regiões centro e norte do país, como Zambézia, Nampula e Cabo Delgado, respectivamente. A infecção da filariose linfática é detectada, na maioria das vezes, pela presença da microfilária (formas embrionárias dos vermes adultos dos diversos filarídeos encontrados na natureza) através do exame de sangue, pode ocorrer em indivíduos de todas as idades, porém a prevalência da infecção é mais alta entre os indivíduos do sexo masculino e na população entre 20 e 40 anos.

A filariose linfática tem um período de incubação superior a cinco meses e, podendo, nos adultos, permanecer latente até 20 anos. Esta doença afecta os membros inferiores, deformando-os e dando-lhes um aspecto que faz lembrar a pata de um elefante. “Em Moçambique, a situação é séria, porque foi considerada uma doença negligenciada. Estudos dão conta que a prevalência é alta e considerada problema de saúde pública e de alta importância” defendeu El Hadi.

O apoio da OMS na cura da elefantíase em Moçambique resulta da decisão adoptada pelos ministros da Saúde de todo o mundo que pretendem ver erradicada a doença até ao ano 2020. De acordo com a OMS, cerca de 120 milhões de indivíduos têm a infecção de filariose linfática no mundo, incluindo em 83 países com clima tropical e sub-tropical. No continente africano, existem 40 milhões de pessoas com sintomas clínicos.

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