O candidato à presidência do Egito Ahmed Shafiq intensificou os seus ataques contra o seu rival da Irmandade Muçulmana, dizendo, este Domingo, que a vitória do islâmico levaria o Egito a uma “era negra” e ameaçaria os direitos das mulheres, cristãos e outros.
Os comentários do último primeiro-ministro do ex-presidente Hosni Mubarak, o seu primeiro pronunciamento em público em mais de uma semana, reflectiram o quão divisiva a disputa tornou-se desde que o ex-comandante da força aérea emergiu bem-sucedido da votação da primeira volta, para competir apenas com Mohamed Mursi.
Para a massa dos egípcios que votaram em candidatos centristas na primeira volta do mês passado, o resultado não poderia ser pior.
Muitos deles hesitam tanto em eleger um conservador islâmico quanto em ceder o poder a um homem que, assim como Mubarak, tem um passado militar. Mubarak foi condenado a prisão perpétua no Sábado.
A votação ocorrerá nos dias 16 e 17 de junho. O caminho para as eleições foi marcado por violência, em que vários dos escritórios de campanha de Shafiq foram atacados, e muitos manifestantes foram às ruas para protestar contra ambos os candidatos.
“Eu represento um Estado civil, e a Irmandade representa um Estado sectariano da própria Irmandade. Eu represento um passo para frente, e eles representam um passo para trás”, disse Shafiq.
Os pronunciamentos de Domingo pareceram fazer uso, principalmente, dos medos dos liberais, cristãos (que equivalem a um décimo da população egípcia, de 82 milhões de pessoas) e mulheres.
“Mulheres do Egito, eu não permitirei que os poderes do extremismo levem-as de volta à era negra”, disse.