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Ecologistas, Pimo e PT conformados com acórdão do CC

Os líderes dos partidos Independente de Moçambique (PIMO), Trabalhista (PT) e Ecologista (PEC) distanciam-se dos pronunciamentos feitos na última terça-feira, em Maputo, pelo grupo de forcas políticas excluídas parcial e totalmente da corrida eleitoral de 28 de Outubro próximo. O grupo de excluídos, composto por 15 partidos políticos, contestam a decisão do Conselho Constitucional que confirma a sua exclusão parcial e total das eleições legislativas e exigem o cancelamento imediato de todo o processo. Por outro lado, ameaçam tomar medidas, desde o boicote ao processo, até manifestações.

Entretanto, na quarta-feira os líderes dos três partidos apareceram publicamente a dizer que não concordam com este posicionamento, apesar das suas forças políticas aparecerem como parte desta posição. O secretário-geral do Partido Ecologista, João Massango, que desde a publicação das listas pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) foi porta-voz do grupo dos excluídos, disse na quarta-feira à AIM que o seu partido reuniu-se na noite da última Segunda-feira e decidiu aceitar a decisão do Conselho Constitucional. “Nós nos reunimos como Partido Ecologista e concluímos que a violência não é connosco.

Nós ficamos surpreendidos e constrangidos com a decisão do CC, mas em nome da paz e estabilidade dizemos não a violência, não a escaramuças entre os moçambicanos”, disse. Massango acrescentou que “nós não subscrevemos as declarações daqueles partidos porque se trata de acórdãos individuais e nós só podemos nos conformar com a decisão do CC”. Assim, o Partido Ecologista diz que vai respeitar a decisão do CC e vai participar nas eleições pelos círculos onde foram admitidos.

“Nós apelamos a todos os moçambicanos a irem votar no dia 28 de Outubro, e aos nossos membros, incluindo nos círculos onde fomos excluídos para irem votar e não fazerem violência”, sublinhou. Por seu turno, Ya-Qub-Sibindy, presidente do PIMO, disse que os seus membros ficaram moralmente desmotivados com a decisão do CC de manter a sua exclusão total para as legislativas, porem estão conformados com a deliberação. Sibindy disse que a posição do seu partido é de acatar as decisões do CC, doravante “lamentamos politicamente o que aconteceu, ou seja, a má-fé da CNE”.

“Agora temos que educar os nossos militantes e simpatizantes para perceberem que a única forma de reparar o prejuízo é continuar a participar na agenda do combate a pobreza”, defendeu. Simbidy, que se distancia “totalmente” das declarações feitas na noite de Terça-feira, considera que o PIMO vai agir como um partido inteligente, preparando-se para os pleitos de 2014. Entretanto, o Secretário-geral do partido, Ibramugy Magalhães, contrariando as palavras de Sibindy, disse que não concorda com a violência, mas subscreve a contestação dos outros partidos, porque foram “injustiçados”.

“Nós subscrevemos tudo o que está neste documento, mas apelamos aos nossos membros para não entrarem em actos de vandalismo. Não concordamos e nem nos conformamos com a exclusão do processo”, frisou Miguel Mabote, do PT, seguindo o mesmo diapasão, disse não haver mais nada a fazer, senão agir em conformidade com o acórdão do CC. “Nós estamos lesados e nos sentimos injustiçados mas, dado o carácter irrecorrível da decisão do CC, nós aceitamos.Pela legalidade, temos que nos conformar e apelamos aos nossos 180 mil membros e simpatizantes a se conformarem”, defendeu.

De referir que o PIMO foi excluído de concorrer em todos os círculos, enquanto que o Ecologista vai concorrer nos círculos de Niassa, Manica, Gaza, Africa e Europa, e o PT apenas em Niassa. Apesar dos líderes dos três partidos terem apresentado posicionamento contrário, os restantes 12 partidos excluídos total e parcialmente reafirmam a sua contestação e fazem as mesmas exigências apresentadas na última Terçafeira em Maputo. “Nós não estamos conformados, porque a lei e a Constituição da República foram violadas”, frisaram os 12 partidos excluídos.

O grupo dos 12 partidos diz que não se conforma com a decisão, exige que se crie um “Governo de Unidade Nacional” e se aplique “sanções” contra Moçambique. Entretanto, sublinham que “nós não vamos fazer guerra porque não temos armas e nem tropas, quem os tem são a Renamo e Frelimo. Nós estamos abertos a negociações para encontrarmos caminhos comuns para sair desta situação”.

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