As diarreias agudas, que só no distrito de Malema, na província de Nampula, já afectaram 112 pessoas, das quais resultou um óbito, desde finais de Setembro último, mataram 406 pessoas em todo o país, de um total de cerca de 600 mil casos de registados de Janeiro a Outubro do corrente ano, segundo as autoridades da Saúde, que lamentam a morte de três indivíduos, vítimas de cólera.
Até este momento, foram registadas 479 cidadão padecendo de cólera e o grosso destes doentes encontra-se em Nampula, onde houve os óbitos em questão.
No caso de Malema, segundo Felisberto Manuel, director distrital local, em média diária, davam entrada na unidade sanitária da vila sede do distrito, até semana finda, cerca de 15 doentes padecendo de diarreias agudas, sobretudo no período nocturno, altura em que grande parte é constituída por enfermos adultos.
Os bairros periféricos da vila sede do distrito de Malema, sobretudo os que se encontram ao longo dos caudais dos rios Malema e Mecubúri, são os que registam uma situação alarmante devido, em parte, ao incumprimento das regras básicas de higiene, no que tange ao tratamento da água.
A população que vive nas mencionadas regiões usa água dos rios para consumo, higiene individual, confecção de alimentos, lavagem de utensílios domésticos e roupa, uma situação que propicia a eclosão de doenças diarreicas. “A roupa dos pacientes que se encontram internados por causa de diarreias é também lavada nestes rios, daí que se têm multiplicado doentes com a mesma doença. Apesar dos apelos que temos vindo a disseminar, a mensagem tem sido dificilmente acatada”.
Benigna Matsinhe, directora nacional adjunta da Saúde Pública, disse que as províncias de Maputo, Tete e Cabo-Delgado são as mais contaminadas e conheceram um aumento de enfermos de diarreia. Gaza, Inhambane, Zambézia, Nampula e Niassa seguem-se na lista das zonas que representam maior preocupação no país.
De Janeiro a 26 de Outubro de 2015 o país registou 585.490 casos de diarreias, contra 540.296 casos e 305 óbitos em igual período de 2014, de acordo com Benigna Matsinhe, que falava numa conferência de imprensa em Maputo.
Refira-se que nesta época chuvosa, que se estende de Outubro a Março, a situação pode agravar-se na medida em que as medidas de higiene individual e colectivas em algumas comunidades moçambicanas se deterioram.
Naquele evento, o Ministério da Saúde (MISAU) anunciou que vai realizar, de 02 a 6 de Novembro próximo, a segunda fase da semana da saúde de vacinação para administrar a vitamina A em quatro milhões de crianças dos seis aos 59 meses. Durante a mesma campanha serão desparasitados com mebendazol 3.544.020 petizes dos 12 aos 50 meses de vida.
