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Doadores ajudarão a Somália a restabelecer segurança e combater pirataria

A conferência de doadores para a Somália arrecadou nesta quinta-feira em Bruxelas 213 milhões de dólares para tentar impor a lei e a ordem neste país mergulhado em uma guerra civil, que foi transformado em reduto de piratas que desafiam as forças navais internacionais.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, “saúda as promessas realizadas pelos países participantes da conferência, que totalizaram 213 milhões de dólares”, em apoio às forças de segurança somalis e à missão da União Africana (UA) no país, a AMISOM, indicou o comunicado final. Pouco antes, o comissário europeu para o Desenvolvimento, Louis Michel, havia anunciado a arrecadação de cerca de 250 milhões de dólares. Em todo caso, a soma supera as expectativas da ONU, que havia solicitado 166 milhões de dólares em ajuda financeira.

A conferência, sob os auspícios das Nações Unidas e da União Europeia (UE), foi realizada para promover o fortalecimento do Exército nacional somali, a formação de uma Polícia Civil e para apoiar a AMISOM. Com cerca de 4.300 homens (ugandenses e burundineses), longe dos 8.000 previstos inicialmente, a AMISOM está mobilizada em Mogadíscio desde março de 2007 e é alvo recorrente dos ataques de insurgentes islâmicos radicais.

A Comissão Europeia, maior doador da Somália, prometeu uma ajuda de 93 milhões de dólares, dos quais 77 serão destinados principalmente à AMISOM e o restante à Polícia, enquanto que os demais participantes optaram por conceder diferentes tipos de ajuda, incluindo material e equipamento. “O objetivo é fazer com que o Estado recupere o monopólio absoluto da força”, declarou à imprensa o secretário de Estado espanhol de Assuntos Exteriores, Angel Lossada. “É difícil encontrar outro país no mundo em uma situação tão complexa” como a Somália, assolada por uma guerra civil desde 1991, disse Lossada.

A pirataria é mais um dos males a arruinar este país mergulhado na pobreza e no caos tornando-se uma verdadeira dor de cabeça para as forças navais da Otan e da UE, que protegem o Golfo de Adén, uma das grandes rotas marítimas do mundo. Mais de 130 navios mercantes foram atacados na região no ano passado, um aumento de mais de 200% em relação a 2007, segundo a Organização Internacional Marítima. Apesar disso, os participantes da conferência ressaltaram que a pirataria é apenas um sintoma da situação na Somália, onde há cerca de 3,2 milhões de pessoas que precisam de ajuda humanitária urgente, segundo a ONG Oxfam.

O presidente somali, Sharif Sheikh Ahmed, no comando de um governo de transição, classificou a conferência de “histórica” e assegurou que se “forem dados os meios indispensáveis”, a pirataria “não perdurará”. O governo “fará todo o possível para restaurar a paz na Somália e sair da crise”, disse o presidente na coletiva de imprensa final.

O governo de transição não consegue exercer um verdadeiro poder no país e é incapaz de se impor no norte, dividido entre as regiões autoproclamadas autônomas de Puntland e da “república” de Somaliland. Também participaram da conferência autoridades da UA e da Liga Árabe e cerca de sessenta países e organizações regionais.

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