A dívida pública interna moçambicana foi agravada em 23,2%, em 2010, cenário largamente influenciado pela dívida contraída pelo Estado junto à banca para financiar a extinta empresa Transportes Públicos de Maputo (TPM) e posteriormente assumida pelo Estado.
Pesou, igualmente, para este estágio, o financiamento bancário para subsídio aos combustíveis e construção dos complexos que hoje hospedam os Ministérios do Trabalho, Função Pública e do Turismo.
No mesmo período, entretanto, as operações financeiras activas totalizaram 2386,3 milhões de meticais, o correspondente a 85,4% do valor orçamentado e a uma diminuição em 57,6%, face ao exercício económico anterior, segundo a Conta Geral do Estado acabada de ser aprovada pela Assembleia da República (AR).
O nível de realização das operações financeiras justifica-se pela redução da adesão do Estado a novas participações no capital social de empresas, de desembolsos para acordos de retrocessão e pela redução de saneamentos a empresas deficitárias, tais como Auto Gás e Empresa Moçambicana de Sementes (SEMOC).
Amortização das dívidas
Enquanto isso, as amortizações da dívida pública liquidadas, igualmente em 2010, ascenderam a 1662,1 milhões de meticais, o correspondente a 89,8% do valor orçamentado e a um crescimento real de 18,6%, em relação ao ano anterior de 2009.
As amortizações foram de 1043,8 milhões de meticais para a dívida externa e 618,3 milhões de meticais para a dívida interna, representando crescimentos em termos reais de 19,6% e 17,0%, respectivamente.
Refira-se que o saldo acumulado da dívida pública externa no final do exercício económico de 2010 era de 141.501,3 milhões de meticais, o correspondente a 43,8% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo de 122.754 milhões de meticais de dívida externa e 18.747,4 milhões de meticais de dívida interna.