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Dissolução da câmara baixa marca início de batalha pelas legislativas no Japão

O primeiro-ministro japonês, Taro Aso, dissolveu esta terça-feira a Câmara dos Deputados, dando o sinal de partida para um acirrado combate pelas eleições legislativas, no fim de agosto, que podem levar a uma mudança radical do equilíbrio político da segunda maior economia mundial.

O Partido Democrata do Japão (PDJ), que se lança com a promessa de priorizar as preocupações populares, é o favorito, de acordo com as pesquisas. Sua vitória representaria o fim da dominação dos conservadores do Partido Liberal Democrata (PLD) sobre a vida política japonesa, que já dura mais de meio século. “Em virtude do artigo 7 da Constituição, a câmara baixa foi dissolvida”, declarou o presidente da câmara, Yohei Kono, durante uma sessão plenária.

A iniciativa, proposta por Aso e aprovada pelo imperador Akihito, foi aplaudida de pé pelos deputados, que gritaram três vezes “Banzai” (“vida longa”) levantando os braços para o céu, como indica a tradição. Em seguida, o governo fixou o dia 30 de agosto como data das eleições, nas quais serão escolhidos os 480 deputados – que, por sua vez, nomearão o novo primeiro-ministro.

No Japão, a chefia do governo é ocupada pelo chefe do partido que obtiver a maioria na Câmara dos Deputados. Taro Aso, de 68 anos, que aparece mal posicionado nas pesquisas desde que chegou ao poder, em setembro de 2008, decidiu adiantar as legislativas em algumas semanas. “A dissolução é necessária para permitir que tenhamos mais compreensão e cooperação do povo japonês”, explicou o primeiro-ministro em seu gabinete.

Esta terça, Aso apresentou um incomum pedido de desculpas por seus erros e suas mudanças de orientação. “Minhas declarações e o que foi chamado de mudanças de posições políticas conduziram o povo japonÇes a se apartar da política. O resultado foi uma redução da taxa de apoio ao PLD. Eu sinto muito”, disse Aso.

A taxa de popularidade de Aso despencou para menos de 20%, de acordo com as últimas pesquisas, que colocam o PDJ e seu líder, Yukio Hatoyama, à frente por ampla maioria nas intenções de voto dos japoneses. Hatoyama, de 62 anos, herdeiro de uma rica dinastia de políticos – frequentemente comparada à família Kennedy, nos Estados Unidos – será nomeado primeiro-ministro em caso de vitória.

Yukio Hatoyama rompeu com sua família política de origem, abandonando o PLD em 1993 para fundar o PDJ três anos depois acompanhado de outros dissidentes e opositores. “As eleições deste ano não servirão apenas para acabar com o reino do PLD. Trata-se de um voto revolucionário importante para criar um novo Japão”, declarou Hatoyama nesta terça-feira, referindo-se à campanha de seu partido como uma “missão histórica”.

O PDJ prometeu adotar uma política econômica e social menos liberal, reduzindo os gastos públicos e redistribuindo a renda nacional nas zonas rurais e em benefício dos mais pobres.

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