As empresas de consultoria financeira Swiss Capital Partner (SCP) e a Finantia lançaram hoje, em Maputo, a segunda edição do Manual sobre produtos financeiros disponíveis no mercado moçambicano, denominado “Financiando Moçambique”. Paralelamente, as duas firmas, lançaram um portal (ferramenta electrónica) de informação financeira no país.
O manual e o portal apresentam informações sobre produtos e serviços do mercado financeiro moçambicano, contribuindo, desta forma, para facilitar o acesso ao financiamento por parte do empresariado moçambicano. Em Moçambique, o acesso limitado ao financiamento, especialmente para as PME’s, é um obstáculo ao desenvolvimento de um forte sector privado e a sua capacidade de contribuir para o crescimento da economia moçambicana e emprego.
A falta de informação sobre produtos e alternativas de financiamento, aliado aos custos operacionais e baixo nível de eficiência no sector financeiro, são apontados como principais constrangimentos ao financiamento de negócios em Moçambique. O manual sublinha que, para além dos bancos comerciais e a utilização ocasional do sistema bancário como um meio para obtenção de financiamento, existem diversas fontes alternativas para o sector privado. “Os fundos disponíveis são estruturados de diversos modos, desde o financiamento participativo ou quase participativo na estrutura do capital até diferentes tipos de empréstimos a taxas de juro bonificadas, livres de juros ou mesmo com subsidio”, lê-se no manual.
Tais fundos, de acordo com o documento, são concebidos e geridos por instituições financeiras de desenvolvimento, fundações, gestores de capitais de risco e participação privada, entre outros. Falando na cerimónia de lançamento do manual, a directora executiva adjunta da CTA, Alima Hussein, disse que o problema de financiamento em Moçambique, sobretudo para as PME’s, tem a ver com a falta de conhecimento sobre onde ir buscar dinheiro, uma vez que os empresários estão apegados às fontes tradicionais, nomeadamente a banca.
Para Hussein, o manual vem preencher uma lacuna importante no acesso à informação sobre finanças e alternativas de financiamento no país. “Com este trabalho será possível saber onde adquirir, como e que requisitos são necessários para aceder aos pacotes de financiamento alternativo”, frisou. Por sua vez, o Presidente da Associação Moçambicana dos Operadores de Microfinanças (AMOMIF), instituição que colaborou na elaboração do manual, Gildo Lucas, sublinhou que espera que o “Financiando Moçambique” venha a contribuir para o crescimento e maior abrangência do sistema financeiro no país.
A Sócia gerente da SCP, Jane Grob, explicou, na ocasião, que o manual visa aumentar a percepção e consciência de que existem fontes alternativas de financiamento disponíveis para as PME’s. Grob salientou que existe pouco conhecimento sobre a existência de tais fontes devido a falta de publicidade. A segunda edição do “Financiando Moçambique” abrange 48 instituições financeiras nacionais e estrangeiras, contra 28 da edição anterior publicada em 2008.