Algumas das Crianças Órfãs e Vulneráveis (COV’s) têm família composta por tios, avós, que alegando falta de condições financeiras acabam por deixar esses petizes em infantários, entregues à sua sorte.
A coordenadora da Criança, a nível de uma Organização não Governamental, acredita haver um grande esforço por parte dos infantários para que as crianças órfãs tenham mais recursos e acesso aos seus direitos básicos. “O que acontece é que esses infantários, por vezes não possuem recursos suficientes para proporcionar melhores condições a essas crianças.
Também é necessário que se faça um trabalho de advocacia no seio das comunidades, para sensibilizar os familiares e outros tutores das crianças órfãs e portadoras de HIV/SIDA, de que os infantários existem para o acolhimento da criança e não para o seu abandono”, disse Nacima Figia. Importa realçar a necessidade da participação dos familiares no processo de crescimento da criança que esteja numa casa de acolhimento. Eles devem apoiar, visitar e contribuir para um melhor funcionamentos dos infantários.
“Os centros de acolhimento servem para ajudar a criança, mas o seu encarregado de educação deve continuar a ser o responsável por ela. Algumas famílias alegam falta de dinheiro para acompanhar a educação da criança, mas há famílias pobres que são um exemplo do esforço para continuar a acompanhar o crescimento do menor ”, acrescentou.
A Coordenadora da Criança reiterou que o Governo, através do Ministério da Mulher e Acção Social, tem a responsabilidade de garantir o bom funcionamento dos programas que protegem a dignidade da criança. “Deve haver um programa coordenado para facilitar a responsabilidade de cada um. Com o aumento do número de infectados pelo HIV, também aumenta o número de COV´s, e é necessário garantir os direitos básicos dessas crianças, pois existem recursos para o efeito”, afirmou.
Para as pessoas que cuidam dos infantários foi deixada uma mensagem de encorajamento, para que continuem com o trabalho árduo de cuidar dos mais pequenos, não obstante as dificuldades que advêm da escassez de recursos. As famílias devem assumir a responsabilidade de dar um acompanhamento à criança, mesmo estando num infantário, pois este não é suficiente para garantir o seu crescimento.
“Eles têm que apoiar os trabalhadores com ideias, e a sua presença no infantário, junto da criança, já constitui um apoio”, concluíu.