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Director do projecto de saneamento reage a notícia do Autarca que denuncia fraca qualidade de obras

O director do projecto de reabilitação do sistema de saneamento da cidade da Beira, Paulo Óscar Monteiro, reagiu a notícia veiculada pelo O Autarca, na edição desta quarta-feira, com o título “Sistema de saneamento da Beira chumba na visão do público”, fazendo referência ao facto de boa parte da urbe estar a registar concentração excessiva de água na sequência da chuva intermitente que cai desde a noite desta terça-feira.

Na referida notícia revelamos estranheza manifestada por alguns autarcas beirenses pela qualidade da obra a cargo da empreiteira italiana CMC, sobretudo pelo facto de se tratar de um projecto que consumiu avultadas somas de dinheiro, na ordem superior a quarenta milhões de euros, disponibilizados pelo governo em parceria com a União Europeia.

Entretanto, Paulo Óscar Mon-teiro, na sua reacção, sacudiu toda responsabilidade para o município, afirmando que nas áreas onde se verificam inundações o problema é da edilidade que não procede a limpeza das valas de drenagem e sarjectas. “Em todas áreas da cidade onde o sistema funciona bem não existe água parada” – defendeu-se.

Vergonhoso: inundações até nas instalações do próprio projecto

Caricato é o facto de O Autarca ter observado quantidade demasiada de água parada mesmo defronte das instalações onde funcionam os escritórios e estaleiro do empreiteiro, no bairro dos Pioneiros.

A esse respeito, Paulo Óscar concordou connosco que aquilo constituia de facto uma vergonha grave para um projecto que se preze. E mais grave ainda torna-se pelo facto de se saber que o projecto está na sua fase conclusiva, ou seja, prestes a entregar a obra.

Autarcas que comentaram ao nosso jornal afirmaram ainda bem que chuveu justamente agora, vai ajudar a despertar a atenção das autoridades governamentais e do município sobre a qualidade da empreitada antes da sua entrega.

Coincide que o presidente do município da Beira, Daviz Simango, é um engenheiro de construção civil, portanto está dotado de ciência para apurar a qualidade da obra, o mesmo sucede com o governador da província de Sofala, Carvalho Muária, que até antes da sua nomeação vinha ocupando a posição de vice-ministro das Obras Públicas e Habitação, departamento governamental que superintende o projecto de reabilitação do sistema de saneamento da cidade da Beira.

Sarjectas: removidas tampas

Entretanto, a cidade da Beira continua debaixo de chuva. Os serviços meteorologicos prevem que a chuva só possa cessar apartir de segundafeira próxima, 12 de Abril.

Para permitir rápido escoamento das águas pluviais, quase todas sarjectas da cidade as suas tampas tiveram de ser removidas, constituindo outro grave perigo aos transeuntes.

Presidente da AMB havia alertado

Mas a situação péssima verifica- se nos bairros suburbanos, onde praticamente não existe sistema de drenagem . Na Munhava, por exemplo, há registo de famílias que pernoitam por cima das mesas devido as águas que invadiram as suas reidências. Para além disso, muitas ruas, sobretudo de terra batida, ficaram intransitáveis.

Na sua recente visita aos bairros da cidade da Beira, o presidente da Assembleia Municipal da Beira, Mateus da Cecília Saíze, que se encontra actualmente em Portugal a concluir estudos de doutoramento, havia denunciado a precariedade das condições de saneamento nos locais visitados, alertando que isso aumenta o risco das famílias contraírem doenças

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