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Dinamarca 1 – Japão 3, jabulani teleguiada coloca Japão na segunda fase

Dinamarca 1 - Japão 3

Para qualquer um que julgasse que a classificação do Japão aos oitavos de final da Copa do Mundo da FIFA em 2002 só foi de fato possível por causa do clamor da claque local, o jogo desta quinta-feira em Rustemburg mostrou que a seleção asiática, mesmo longe de casa, tem futebol para vencer e chegar longe.

Graças a dois belos golos de livre e a um terceiro que nasceu de uma linda jogada de Keisuke Honda – eleito Melhor do Jogo -, os japoneses derrotaram a Dinamarca por 3 a 1 e fecharam sua participação no Grupo E da Copa do Mundo como vice-líderes com seis pontos; três a menos do que a Holanda. Nos oitavos de final, o Japão defronta o Paraguai, vencedor do Grupo F, no dia 29, em Tshwane/Pretória.

Com as duas equipes a precisarem da vitória para assegurar classificação, a partida começou agitada: nos primeiros minutos, tanto o Japão – com um remate de Makoto Hasebe rente à trave – como a Dinamarca – num belo chute colocado de Jon Dahl Tomasson – tiveram oportunidades claras para marcar. Não havia domínio claro de nenhum dos dois lados.

A diferença começou a ser feita nas bolas paradas: aos 17 minutos, Keisuke Honda acertou um tiro como dificilmente se vê. De muito longe, cruzado, colocado, seco e ao mesmo tempo com força. O golaço abriu o placar e permitiu que os japoneses jogassem como gostam: explorando a sua velocidade nos contra-ataques. E ainda vinha mais com as bolas paradas: aos 30 minutos, mais uma falta, essa em frente à área, e quem se ocupou de mais uma cobrança perfeita foi Yasuhito Endo.

O camisa sete bateu com arco, no canto esquerdo, e colocou a seleção nipônica na história: foi apenas a quinta vez na história da Copa que uma equipe marcou dois golos de falta no mesmo jogo; a primeira desde a Yugoslávia contra o Zaire na Alemanha 1974.

O Japão jamais havia conquistado uma vitória em Copa do Mundo diante de uma seleção europeia jogando fora de casa, mas o segundo tempo serviu para provar que não havia nem sinal de trauma entre os asiáticos.

Apesar da disposição dos dinamarqueses de atacarem, os comandados de Takeshi Okada mantiveram-se  firmes: defenderam bem e ainda criaram uma ou outra chance de aumentar a vantagem. Foi apenas nos últimos 15 minutos de jogo que os nórdicos de fato conseguiram exercer pressão: primeiro, aos 34 minutos, quando Soren Larsen recebeu, dominou com o peito e, de longe, acertou um belíssimo remate no travessão de Eiji Kawashima.

Bastaram mais dois minutos e o golo dinamarquês aconteceu: Hasebe fez falta para penalti em Daniel Agger. Tomasson cobrou muito mal e Kawashima defendeu, mas o ressalto voltou aos pés do próprio camisa nove, que então diminuiu o placar.

Tanto o Japão não sentiu a pressão dinamarquesa que, ao invés de pressão maior dos europeus em busca do golo de empate, quem decidiu reagir e selar a classificação foram os japoneses, e de novo por Honda. O atacante do CSKA de Moscou fez um lindo drible no seu marcador para entrar na área e serviu Shinji Okazaki na frente da baliza, sem guarda-redes, para levar os asiáticos de volta à segunda fase de uma Copa. Desta vez, sem precisar sequer do apoio da sua claque.

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