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Diálogo: Governo recusa facilitadores e diz que “ninguém há de vir dar ordens aos moçambicanos”

Depois de um paragem de duas semanas, esta segunda-ferira (23) o diálogo entre as delegações do Governo e da Renamo retomou sem, no entanto, trazer novidades. O impasse mantém-se. A delegação do Governo, em resposta à insistência da sua contraparte no sentido de se incluir no diálogo facilitadores nacionais e observadores internacionais, disse que estes não são necessários pois ainda há condições para que ambos cheguem a consenso.

“Enquanto não tivermos razões para irmos buscar pessoas externas para resolver os nossos problemas, não faz sentido trazer facilitadores. Até parece haver um certo saudosismo de ter um patrão,” disse o chefe da equipa governamental, José Pacheco. Este argumentou que as partes ainda estão em condições de resolver as diferenças porque não estão de “costas voltadas.”

“Ninguém há de vir aqui dar ordens aos moçambicanos sobre o que vão fazer”, asseverou Pacheco, garantido que não estão esgotadas as capacidades internas de resolver os problemas.

No encontro de hoje estava prevista ainda a entrada em acção das duas equipas de peritos em matérias militares criadas com o objectivo de prepararem o debate sobre o ponto relativo às Foras de Defesa e Segurança (FDS) e o frente-a-frente entre o Chefe do Estado, Armando Guebuza e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.

Contudo, o encontro destes não aconteceu porque a equipa de especialistas da “perdiz,” chefiada  pelo Tenente General Ussufo Momad, não se fez presente no Centro de Conferência Joaquim Chissano (CCJC), onde decorre o diálogo político, alegadamente porque ainda se encontra em Santundjira.

O chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, disse à imprensa que a falta de comparência deve-se ao facto de ainda não se ter acordado quando é que estes deviam iniciar os trabalhos, uma vez que ainda nem houve troca de correspondências entre as partes nesse sentido.

“Ainda nem sequer recebemos formalmente o nomes dos que compões a equipa do Governo,” disse Macuiane. Por seu turno, a equipe de trabalho do Governo liderado pelo major general Júlio dos Santos, fez-se ao CCJC. Na ocasião, este disse que tinha recebido dos seus mandatários a informação de que o primeiro dia do encontro com a contraparte seria esta segunda-feira (23), esclarecendo, porém, que agenda ainda não tinha sido traçada, sendo que a mesma dependeria das preocupações da Renamo.

“A informação que nos temos é que eles confirmaram que vinham e é por isso que estamos aqui a aguardar”, disse Dos Santos, acrescentando em seguida que “nós estamos pronto para ouvir quais as preocupações que a Renamo traz e será em função disso que será estabelecida a agenda de trabalho”.

Enquanto isso, as duas delegações, da Renamo e do Governo, mantiveram a sua rotina normal e, só para não variar, o seu encontro terminou sem consenso. Saimone Macuiane disse que a sua equipa levou ainda à mesa de diálogo uma proposta do número de elementos que devem constituir a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), o que foi rejeitado pela equipa do Governo.

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