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Diálogo: Facilitadores e observadores mostram disponibilidade

As personalidades nacionais e entidades internacionais, contactadas pela maior força da oposição em Moçambique, Renamo, para tomarem parte no diálogo com o Governo, mostraram disponibilidade para o efeito. A informação foi tornada pública nesta segunda-feira (13), através do chefe da delegação daquele formação política, Saimone Macuiane.

Efectivamente, o partido de Afonso Dhlakama, que recentemente concedeu uma entrevista ao Canal de Moçambique, na qual prometeu que o país poderia voltar à normalidade até Fevereiro do próximo ano, indicou, para facilitadores nacionais, o académico Lourenço do Rosário e o líder religioso Dom Dinis Sengulane. No que diz respeito à facilitadores internacionais ficámos a saber que a Comunidade para Desenvolvimento da África Austral (SADC) foi um das entidades avançadas.

“As personalidades e entidades contactadas estão abertas para ajudar o país a ter uma negociação construtiva para o bem do povo de Moçambique”, disse Macuiane, acrescentando que “todos são unânimes em reafirmar a sua disponibilidade em ajudar as partes quando forem convidadas pela Renamo e o Governo”.

Refira-se, no entanto, que o diálogo entre as delegações do Governo e da Renamo não tem lugar desde 14 de Outubro passado, quando a formação política liderada por Afonso Dhlakama decidiu condicioná-lo à presença de facilitadores nacionais e observadores internacionais que pudessem permitir que as partes ultrapassassem os sucessivos impasses. Contudo, mesmo depois da cedência do Governo para a integração dos primeiros, a Renamo não se deu por satisfeito, considerando que o ataque do dia 21 daquele mês à residência do presidente de Afonso Dhlakama, tornou indispensável a presença de entidades internacionais.

“Perante a nova situação criada a 21 de Outubro (ataque à base da Renamo) a mediação internacional torna-se imprescindível”, afiançou, semana passada, a líder da bancada da Renamo no Parlamento, Maria Angelina Enoque. Entretanto, esta segunda-feira (23), Saimone Macuiane afirmou que o impasse que, actualmente, se regista no diálogo político com o Governo está associado à falta de resposta à carta submetida ao Presidente da República, Armando Guebuza, onde são indicados as personalidades e entidades convidadas para o diálogo.

A referida carta foi enviada à Presidência no dia seis do corrente mês em resposta a um ofício desta para a Renamo na qual se solicitava a indicação dos possíveis facilitadores e observadores do diálogo. “Na carta, nós indicámos as personalidades segundo o pedido do Presidente e até agora não temos resposta”. Por seu turno, a delegação governamental, mais uma vez, ignorando as pré-condições impostas pela contra-parte da Renamo para a retomada do diálogo, fez-se ao Centro de Conferência Joaquim Chissano (CCJC), sede de diálogo, para renovar a sua disponibilidade para as negociações.

O chefe desta delegação, José Pacheco, disse que o Governo tem estado a analisar e acomodar algumas posições da Renamo sobre a presença de terceiros. “Nós já acomodamos a presença de observadores nacionais, mas convidamos a Renamo para em sede de diálogo (CCJC) estabelecermos os termos de referência de participação destes”, disse Pacheco em conferência de imprensa.

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