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A guerra e a linguagem belicista devem ser reservados para filmes, afirma Presidente Guebuza

Na comemoração de mais um aniversário da assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP), nesta sexta-feira (04), o Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza, discursando em Maputo, apelou o envolvimento de toda a sociedade na manutenção da paz através do diálogo e sublinhou que a guerra e a linguagem belicista, no país, devem ser reservadas apenas para os filmes onde, supostamente, tudo é ficção.

Embora não o tenha declarado, facilmente se depreende que esta mensagem é principalmente dirigida ao principal partido da oposição, a Renamo, que muitas vezes tem proferido ameaças durante as suas aparições públicas. Aliás, esta força política que não se fez presente nas cerimónias centrais desta data, reafirmou na cidade da Beira, segundo maior centro urbano do país, que “não quer a guerra, mas não tem medo dela.”

Entretanto, na sua intervenção, na praça da Paz, o dirigente máximo de Moçambique fez um balanço positivo dos 21 anos do AGP destacando para o efeito os aspectos que sustentam essa visão. Começou por considerar que a paz serviu, nessas duas décadas, para o “reforço e elevação da auto estima dos moçambicanos.”

Seguidamente, Guebuza apontou ganhos menos abstractos referindo-se, por exemplo, à área da educação onde destacou a existência de mais instituições de ensino em todos os níveis e área de especialização, o que, segundo afirmou, habilita mais cidadãos a realizarem intervenções de maior qualidade na luta contra a pobreza.

Na saúde considerou que temos mais unidades sanitárias que com os seus serviços elevam os padrões de vida dos moçambicanos. Guebuza não deixou de se referir a expansão da rede eléctrica e construção de mais infra-estruturas para o país. “Temos mais estradas sem poeira, isto é, estradas asfaltadas e outras reabilitadas havendo outras ainda em construção e reabilitação. Temos ainda serviços de telefonia móvel e fixa,” destacou.

Manter o diálogo

Prosseguindo no seu discurso, o Chefe do Estado comprometeu-se a manter a processo de diálogo com a Renamo e com todos os segmentos da sociedade com vista a perpetuação da paz. E é nesse prisma, segundo disse, que deve ser vista o diálogo entre o Governo e o partido de Afonso Dhlakama.

“Reafirmamos o nosso compromisso com esse diálogo e esperamos que a Renamo, a todos os níveis, assuma também que tem responsabilidades para com o nosso povo, amante da paz,” disse o PR.

Guebuza explicou que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) continuarão a lutar contra o crime organizado e contra todas outras tentativas as violações da lei, ordem e tranquilidade públicas, bem como contra tentativas de divisão do país.

“Temos estado a consolidar as nossas instituições e práticas democráticas na nossa pátria amada e é nesse quadro que teremos a 20 de Novembro as eleições autárquicas e em Outubro de 2014 as eleições gerais, presidenciais, legislativas e das Assembleias Provinciais.”

Portanto, referiu, temos todos, enquanto instituições públicas, privadas, sociedade civil e cidadãos a responsabilidade histórica de preservar este bem precioso para todos nós, que é a paz.

A paz é característica dos moçambicanos

Segundo entende Armando Guebuza, os moçambicanos são, pela sua natureza, propensos ao convívio e interacção sã entre si bem como outros povos.

Esta predisposição para o bem estar com outros tem a sua origem no facto de os cidadãos nacionais terem como caracteristica a paz, pois, ela “mais do que aquilo que temos, mais do que aquilo que estamos a consolidar, mais do que aquilo que nos faz bem a todos, mais do que tudo isso, a paz é o que nos caracteriza como um povo.

O Acordo Geral de Paz  foi assinado em 1992, em Roma, na Itália, de modo por fim a uma guerra civil que já durava 16 anos entre o Governo da Frelimo e a Resistência Nacional de Moçambique (Renamo). Este acordo pôs fim ao regime Monopartidário que vigorava e deu origem multipartidarismo.

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