O líder do maior partido da oposição de Moçambique – a RENAMO –, Afonso Dhlakama, é de opinião de que 2010 “foi o pior e mais difícil ano” para os moçambicanos e promete a estes que 2011 “será de vitória”.
“O ano que termina foi o pior e mais difícil. (…) Queremos garantir que tudo faremos para que o ano 2011 seja o ano da vitória do povo moçambicano”, acrescenta Dhlakama, numa mensagem de 55 parágrafos distribuídos em oito páginas num total de 6940 caracteres.
2011 não é ano eleitoral em Moçambique e Dhakama diz que as mudanças no país ocorrerão “naturalmente” e “o povo moçambicano pela primeira vez sentir-se-á verdadeiro dono deste país”.
Ele acredita que a chamada “pérola do Índico” experimentará mudanças como as vividas nos EUA, na Bolívia e no Quénia e que por pouco aconteciam no Zimbabwe, não obstante a resistência das forças instaladas.
Afonso Dhlakama diz que em Moçambique “as mudanças ocorrerão naturalmente, não haverá o retorno à guerra. Haverá, sim, negociações com a FRELIMO e o seu Governo para a reposição da verdade neste país”.
“Fomos e seremos sempre os únicos preocupados com os problemas do povo, os únicos que estamos e estaremos sempre com o povo, enquanto os outros massacram, matam e escravizam o povo”.
Por mais de uma vez as autoridades moçambicanas já disseram que não há nada a negociar com a RENAMO depois de cumprido o Acordo Geral de Paz que foi assinado em Roma, em 1992, e que serviu para acabar com a guerra dos 16 anos e conduziu Moçambique às primeiras eleições gerais pluralistas em 1994.
De lá a esta parte oficialmente Dhlakama e a RENAMO são cilindrados nas urnas, mas o antigo líder guerrilheiro jamais assumiu as derrotas que lhe são atribuídas oficialmente e ao seu partido e nunca reconheceu os sucessivos governos da FRELIMO e seus candidatos presidenciais.