Caso o Governo moçambicano não satisfaça as exigências dos desmobilizados de guerra, tais como a fixação de uma pensão mensal no valor de 20 mil meticais, contra a actual de 600 meticais, revisão do Estatuto dos Combatentes, alegadamente por não ser abrangente, as eleições autárquicas agendadas para Novembro próximo, poderão não acontecer. Quem o diz é o presidente do Fórum dos Desmobilizados de Guerra, Hermínio dos Santos.
A ameaça foi proferida esta sexta-feira (15) na capital moçambicana, horas depois de ele ter sido liberto das celas do Tribunal Judicial do Distrito Municipal KaMpfumu, onde se encontrava detido, desde quarta-feira (13), acusado de mandar agredir um agente da Polícia da República de Moçambique (PRM) e de lhe arrancar uma arma de fogo.
Dos Santos afirma que nem ele, nem os desmobilizados, irão se vergar perante as intimidações que sofrem por parte do Executivo há bastante tempo. “Nós queremos os nossos 20 mil meticais mensais”.
Segundo aquele líder, o grupo dos desmobilizados está a preparar uma manifestação que deverá ter lugar no dia em que o Presidente da República, Armando Guebuza, se reunir com o Governo. Aliás, no dia em que o tal agente foi agredido, os demobilizados tentavam falar com o Primeiro-Ministro, Alberto Vaquina, para lhe colocar a par das suas queixas.
Em relação à sua detenção, Dos Santos afirmou que é inocente. As acusações que pesam sobre si não têm cabimento e foi preso injustamente. Ele esclareceu que o agente que foi agredido não é da PRM, mas sim, da SISE.
“Estes actos são para me intimidar, mas eu não vou abandonar a liderança dos desmobilizados”, reafirmou Dos Santos, para quem o Governo está contra o povo.
