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Degradação da N6 afecta Porto da Beira

O administrador delegado da Cornelder de Moçambique, Carlos Mesquita, aponta a degradação da Estrada Nacional número seis (N6) e as dificuldades de navegabilidade do canal de acesso por navios durante o período nocturno como grandes constrangimentos que afectam o corredor que liga o Porto da Beira.

Para Mesquita, os dois factores constituem limitações para um porto que é bastante preferido pelos países do Interland, precisando que apesar do canal de acesso ao Porto da Beira ter beneficiado recentemente de dragagem, ainda não é possível a navegabilidade dos navios no período nocturno, o que atrasa a entrada e saída de navios ao ancoradouro.

Referindo-se a N6, a fonte disse que nas condições em que se encontra a rodovia, sobretudo no troço Beira – Inchope, desencoraja os camionistas que escoam mercadorias de e para o Porto da Beira.

“Neste momento nos interessa que todos os factores de que dependem as operações no Corredor da Beira estejam na mesma onda dos esforço que a Cornelder tem vindo a envidar em termos de investimentos de forma a garantirmos cada vez mais fluxo de mercadorias” – referiu Mesquita, adiantando que é necessário muito investimento para que estas limitações sejam ultrapassadas.

O interlocutor garantiu que a Cornelder de Moçambique vai continuar a investir para defender maior capacidade de operação no Porto da Beira, avançando que até final deste ano serão investidos 30 milhões de dólares para a aquisição de dois porta-contentores, que vão garantir maior celeridade no manuseamento de carga contentorizada.

Mesquita disse ainda que numa altura em que Malawi, Zâmbia e Zimbabwe aumentam o volume de importações de fertilizantes através do Porto da Beira, está prevista a construção de um terminal destinado ao manuseamento daquele tipo de carga.

Igualmente, o parque de contentores, com 20 hectares, será expandido por mais 18 hectares.

Comentou que durante o tempo que a linha férrea Beira-Machipanda esteve concessionada a Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira e sob gestão das empresas indianas RITES e RICON e a moçambicana Caminhos de Ferro de Moçambique, o sistema ferroviário tornou-se quase inoperacional, contribuindo na fraca capacidade de escoamento de certas cargas como o trigo e fertilizantes para o Zimbabwe.

“A inoperância da Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira não contribuía na celeridade de escoamento da mercadoria, o que fazia com que o trigo com destino ao Zimbabwe permanecesse muito tempo nos silos do Porto da Beira e fertilizantes também nos armazéns” – referiu, lamentando que devido a isso alguns importadores passaram a preferir outros portos em vez do da Beira.

Extensão do tempo de concessão do Porto da Beira

A Cornelder de Moçambique possui um contrato de concessão de 25 anos, estando a faltar apenas 10 anos para expirar. De acordo com Mesquita, neste momento a empresa está a desenvolver um estudo, visando a extensão do período de concessão do Porto da Beira, sem, no entanto, precisar por quanto tempo.

“Estamos neste momento a desenvolver um estudo para extensão do tempo de concessão do Porto da Beira de forma a não pormos em perigo os investimentos que têm vindo a ser garantidos pela empresa” – sustentou o administrador delegado da Cornelder.

Realização

Entretanto, em termos de realizações do Porto da Beira, de Janeiro a Junho deste ano foram manuseados naquele recinto 83,5 mil contentores. Em 2011 foram manuseados 160,2 mil contentores, contra 105,7 mil contentores do ano anterior.

No que se refere ao terminal de carga geral, no primeiro semestre deste ano foram manuseados 1,6 milhões de toneladas métricas de carga diversa.

No ano passado foram manuseados 1,9 milhões de toneladas métricas de carga diversa, contra 1,29 milhões de toneladas métricas do ano 2010.

No que diz respeito ao terminal de carvão, desde o ano passado até Junho deste ano foram manuseadas 1.2 milhões de toneladas métricas daquele minério.

Para Mesquita, olhando para as realizações em 2011 e as que estão a ser conseguidas neste ano, pode-se concluir que a gestão do Porto da Beira está num bom caminho.

Precisou que nos últimos 10 anos o porto registava uma média de crescimento de volume de carga na ordem de 12 a 14 por cento. Mas desse tempo para cá o crescimento alcançado situa-se em 50 por cento.

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