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Cães vadios aterrorizam população em Maputo

Mais de 15 cães vadios estão a provocar pânico no seio dos moradores dos bairros Costa do Sol e Chiango, arredores da cidade de Maputo, há indicações que durante a semana finda, a matilha fez cinco vítimas humanas e 12 animais.

Segundo o jornal Diário de Moçambique, que cita vários residentes dos bairros supracitados os animais, que vivem no meio de arbustos existentes em certas zonas daqueles dois agregados populacionais, atacam em grupo e a qualquer hora do dia, incluindo crianças, aves de capoeira e animais de pequeno porte, a exemplo de cabritos.

Uma das vítimas de mordedura dos cães é Jesito José, um menor de 7 anos de idade, residente no bairro de Chiango, que numa manhã, por volta das 06:00 horas, ao dirigir-se à escola, que fica próximo da sua residência, foi atacado.

“O meu filho saiu de casa as 06:00 horas da manhã, a caminho da escola. Passados cinco minutos, ouvi-o a gritar. Quando sai, vi que ele estava sendo atacado por cães. Tentei afugentá-los com pedras mas estava difícil porque quase atacavam-me também. Os cães só foram embora com a intervenção de dois senhores que estavam por perto a cultivar”, disse Elisa Pequenino, mãe do menor, amargurada, em entrevista ao “DM”.

O miúdo, que frequenta a segunda classe, teve que ser evacuado pela mãe para o hospital onde recebeu tratamentos. Está fora de perigo, mas as feridas ainda estão frescas.

“Levei o meu filho ao centro de saúde de Romão onde fomos transferidos para o Hospital Central de Maputo e está a receber tratamentos até hoje”, afirmou.

A outra vítima dá pelo nome de Garlito Lindre, de 27 anos, residente no bairro Costa do Sol. Ele disse-nos que foi atacado na última terça-feira por volta das 17:00 horas quando voltava do serviço.

“Aconteceu no período da tarde. Eu vinha do serviço, quando de repente fui cercado por um bando de cães. Tentei lutar durante uns 15 minutos, mas devido à quantidade dos cães, não tive como me defender. Morderam-me nas pernas e um pouco nas mãos”, explicou.

À semelhança do menor, do posto de saúde do bairro dos pescadores onde se apresentou foi transferido para o Hospital Geral de Mavalane, onde apanhou uma vacina contra o tétano e raiva.

Por seu turno, Ilda António, residente no bairro Chiango, chora pelos seus cabritos devorados pelos cães, em número de dois.

Confessou que estava bastante chocada com a forma como os seus animais foram mortos e pede a intervenção imediata das autoridades distritais para acabarem com os ataques caninos no seu bairro, que acontece, este ano, pela segunda vez consecutiva, em Chiango. Na primeira ocasião perdeu um cabrito.

“Não é a primeira vez que perco os meus cabritos de uma maneira bruta. Esses cães assassinos devem ser encontrados antes de provocarem problemas maiores”, disse.

“Já não há paz aqui no bairro dos Pescadores (Costa do Sol). As crianças até ficam com medo de sair para a rua brincar. Nós os mais velhos também temos medo de ir trabalhar. Para sair de casa, temos que andar em grupo, para podermo-nos defender”, lamentou Violeta Salomão, residente do bairro dos Pescadores.

Para Gabriel Rodolfo, residente no bairro Chiango, o caso é grave, pois os cães estão a fazer cada vez mais vítimas humanas. “Tive conhecimento de que na sexta-feira devoraram dez patos numa quinta aqui do bairro. Os meus vizinhos também já foram vítimas desses animais”, referiu.

Autoridades distritais à caça dos cães vadios

De acordo com o secretário do bairro de Costa do Sol, Benjamim Panguane, o caso dos cães vagabundos que aterrorizam a vida da população já está a ser controlado, mas ainda não capturamos nenhum.

“Quando tivemos conhecimento do caso, apresentamos ao comandante distrital e em conjunto estamos a trabalhar de modo a neutralizarmos os animais. Ainda no sábado, estivemos reunidos em Chiango para tentarmos buscar uma solução, em termos de captura dos animais”, afirmou.

Panguane referiu ainda ao facto destes animais não se encontrarem no mesmo sítio, facto que dificulta o processo da sua captura.

“Esses animais ficam escondidos nos pântanos e charcos. É difícil localiza-los porque estão sempre em movimento e a fazer mais vítimas em diferentes cantos do bairro”, afirmou.

O secretário salientou ainda que uma equipa de veterinários visitou o bairro na última sexta-feira na tentativa de neutralizar os animais, mas o facto não se consumou porque os animais já se tinham movimentado para outro ponto do bairro.

Quanto ao número de vítimas, Panguane confirmou o de cinco humanas e 12 animais domésticos.

“Tive conhecimento de dois cabritos que se encontravam no pasto, dez patos de uma quinta, em Chiango, e cinco pessoas que foram feridas aqui na zona”, disse.

Panguane apela à população no sentido de ajudar as autoridades a localizarem os pontos estratégicos de ataque dos cães. Por sua vez, o chefe da comissão de habitação do bairro Chiango, Rungo Pondja, disse que esta é a segunda vez, este ano, em que os ataques acontecem.

“São cães raivosos que sempre aparecem no bairro e não têm dono, ficam a vagabundear pelo bairro semeando medo no seio dos residentes, mas estamos a tentar capturá-los”, concluiu.

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