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Défice da balança de pagamentos incrementa 23% em três anos

O défice da balança de pagamentos agravou-se em cerca de 23%, em 2012, devido à contratação no exterior de serviços especializados e importação de maquinaria e equipamento diverso, situação originada pelo início da exploração dos recursos naturais, em Moçambique.

Estatísticas do Banco de Moçambique (BM) indicam que a balança de pagamentos mostra que o défice da conta corrente passou de 13% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009, para 36%, em 2012, mesmo expurgando o efeito directo dos grandes projectos, segundo o governador do banco central moçambicano, Ernesto Gove.

Os sectores tradicionais e o Estado têm vindo a aumentar os níveis de investimento, sendo que parte significativa tem vindo a demandar assinaláveis importações, com reflexo na conta corrente, segundo ainda Gove, realçando que, no curto prazo, o investimento associado aos empreendimentos de exploração dos recursos naturais continuará a agravar a conta corrente, devido à importação de maquinaria e equipamentos diversos e à contratação de serviços especializados.

Explicou que o facto tem a ver com a necessidade destes empreendimentos requererem um “musculado investimento público na infra-estruturação e logística de escoamento” que inclui a disponibilização de energia, a melhoria da rede de estradas, pontes, portos e caminhos-de-ferro.

Confiança de investidores

Entretanto e segundo igualmente o governador do BM, nos últimos cinco anos, Moçambique tem registado uma inflação média de um dígito e nos últimos três a mesma tem sido inferior a 6%, o que propicia expectativas optimistas em relação ao futuro dos negócios dos agentes económicos. A confiança dos investidores na economia moçambicana aumenta, testemunhada pela captação de grandes somas de investimento privado, que em 2012 ultrapassou a fasquia dos cinco mil milhões de dólares norte-americanos, segundo igualmente Gove.

Para ele o investimento directo na indústria extractiva representou em 2012 30% do PIB moçambicano, contra 5% no período de 2000 a 2008 e que a exportação do carvão iniciada em meados de 2011 conheceu em 2012 um forte crescimento, que se traduziu na arrecadação de receitas de 435 milhões de dólares, fazendo com que este minério assuma a segunda posição nos produtos de exportação de Moçambique.

Gove falava esta sexta-feira durante as quartas jornadas científicas do Banco de Moçambique que tiveram como orador principal Tomaz Salomão, antigo secretário executivo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que dissertou sobre o “Quadro da Política Monetária no Contexto da Exploração de Recursos Naturais”.

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