A polícia cubana deteve, esta quarta-feira (10), vários dissidentes durante manifestações pacíficas realizadas numa avenida popular de Havana pelo Dia Internacional dos Direitos Humanos.
As acções ocorreram em frente à popular sorveteria Coppelia, onde vários activistas foram presos. Não havia uma estimativa do número de prisões. Os policiais à paisana dispersaram os manifestantes que gritavam “Viva os direitos humanos!” com os dedos indicador e polegar em forma de “L”, simbolizando a palavra liberdade.
Os detidos foram colocados pela polícia no banco traseiro de várias viaturas. Os simpatizantes do governo cubano, por sua vez, gritavam “Viva a Revolução!” ou “Viva Fidel!”, referindo-se ao ex-presidente Fidel Castro, que governou o país desde a revolução de 1959.
O incidente ocorreu diante de correspondentes credenciados em Havana, que foram convocados para a manifestação pelas Damas de Blanco, um grupo de mulheres e familiares de dissidentes que passaram algum tempo na prisão. As autoridades cubanas frequentemente detêm dissidentes por horas ou dias antes de liberá-los.
“Certamente deve ter havido dezenas de detidos em todo o país, principalmente na capital, mas ainda é muito cedo para comentar”, disse o porta-voz da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, Elizardo Sánchez.
A comissão, considerada ilegal, porém tolerada, informou em Novembro que 398 dissidentes foram detidos temporariamente em Novembro, elevando para 8.410 a cifra deste ano.
O governo cubano diz que a educação e a saúde gratuitas na ilha são os dois pilares do seu histórico de direitos humanos e descreve todos os dissidentes como mercenários a serviço dos Estados Unidos, país considerado inimigo político.