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Criminosos aterrorizam moradores do bairro Mussumbuluco na Matola

Os residentes do bairro Mussumbuluco, arredores da cidade da Matola, vivem momentos de terror devido à criminalidade que tende aumentar naquele ponto da província de Maputo, Sul de Moçambique. Segundo as próprias vítimas, à noite não se dorme e de dia não se circula à vontade. Os amigos do alheio fazem e desfazem porque não encontram resposta policial à medida dos seus malefícios. Agridem, violam sexualmente, sobretudo crianças, e assaltam residências e pessoas na via pública.

O @Verdade visitou aquele bairro e ficou a saber que algumas ruas já são consideradas corredores de mortes e expressamente proibido usá-las para chegar onde quer que seja na calada da noite ou mesmo durante o dia. Para lograr os seus intentos maléficos, os criminosos andam em grupos para reduzir a possibilidade de resistência dos seus alvos e usam instrumentos contundentes tais como catanas, facas e paus.

Segundo os moradores, há vezes que os assaltantes nem precisam ficar à espera da noite para agredir, roubar e violar.

Alda Gracinda disse-nos que a criminalidade na zona está a crescer. Ocorre inclusive à luz do dia. Os pais e encarregados de educação são obrigados a acompanhar os filhos para a escola porque os malfeitores andam à solta, vigilantes e prontos para agir e desgraçar.

“São vários os casos que ocorrem no bairro contra as nossas crianças por serem indefesas. São violadas sexualmente, espancadas, arrancadas telefones e pastas quando regressam sozinhas da escola. Nos últimos temos de acertar o horário de saída da escola dos nossos filhos porque qualquer atraso pode ser uma oportunidade para eles (os amigos do alheio) maltratá-las”, disse Alda Gracinda, para quem “as pessoas que aterrorizam o bairro são de zonas circunvizinhas.”

No bairro Mussumbuluco há um posto policial. De acordo com os residentes, apesar de o efectivo ser reduzido trabalha-se para garantir a segurança mas com dificuldades. O patrulhamento é feito pelos agentes da Polícia de Protecção e pela Polícia Comunitária. Nesta alguns elementos são acusados de serem os informantes dos malfeitores.

Celina Mandlate, que reside naquele bairro desde 2002, disse que já sofreu duas tentativas de assaltos frustrados num espaço de um mês. Numa das incursões, os assaltantes tentaram, recorrendo a objectos contundentes para arrombar a porta da sua casa, mas por sorte, a irmã regressava do mercado e evitou que o pior acontecesse. Os assaltantes puseram-se em fuga e deixaram os ferros com que tentaram arrombar a porta. “O outro assalto foi à mão armada em plena via pública quando estava a caminho de casa. Sofri agressões que me deixaram com sequelas. Imobilizaram-me, apertaram-me o pescoço e feriram me a perna direita”, disse a nossa interlocutora.

A falta de iluminação pública em algumas ruas tem, em parte, favorecido a acção dos criminosos, na opinião dos nossos entrevistados.

Moradores não colaboram para estancar a criminalidade no bairro

O porta-voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique em Maputo, João Machava, disse reconheceu que o crime recrudesceu no bairro Mussumbuluco. É uma realidade. Por isso, a Polícia tem apelado aos moradores para colaborarem mas não o fazem. Dificultam o trabalho da corporação e não denunciam os criminosos.

João Machava acrescentou dos relatos que chegam dos residentes, os casos mais frequentes são os assaltos à mão armada, roubos, inclusive de viaturas na via pública, com recurso a objectos contundentes. Por ser uma zona residencial conflituosa, intensificamos a vigilância através da criação de brigadas de patrulha móveis e fixas.

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