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Crescimento está de volta à China

Carregada pelo grande plano de recuperação do governo, a economia chinesa voltou a subir no segundo trimestre, registrando um crescimento em ritmo anual de 7,9% do Produto Interno Bruto (PIB), ainda abaixo dos números de dois dígitos a que estava acostumada, mas excepcional em um mundo em crise.

Depois de “despencar” para 6,8% no quarto trimestre de 2008, e para 6,1% no primeiro trimestre de 2009, o crescimento do PIB da terceira economia mundial voltou a se aproximar da meta de 8% definida pelo governo. De acordo com os analistas, este é o número necessário para manter o nível do emprego neste vasto país de 1,3 bilhão de habitantes.

“Este crescimento do segundo trimestre supera as expectativas do mercado”, comemorou Lu Zhengwei, economista do Industrial Bank. O crescimento chegou a 7,1% no primeiro semestre deste ano, contra 10,4% no primeiro semestre de 2008. Ao apresentar estas estatísticas para a imprensa, o porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas (BNS), Li Xiaochao, advertiu para os “desafios” persistentes.

“Existem muitas dificuldades e desafios que a economia enfrenta. A base para a recuperação continua sendo frágil, o ritmo para a retomada instável, o modelo desequilibrado e, portanto, continuam existindo fatores voláteis”, advertiu. O porta-voz saudou, porém, “os notáveis resultados obtidos graças ao plano de recuperação”, considerando que “a retomada econômica está se reforçando”.

Muito dependente do comércio exterior, a atividade econômica chinesa foi abalada pela queda da demanda externa, que provocou a baixa das exportações, o fechamento de fábricas e uma considerável perda de empregos. No primeiro semestre, as exportações caíram 21,8% em um ano, e as importações 25,4%. Para solucionar estes problemas, o governo se esforçou em desviar o foco da economia para o mercado interno, incentivando consumo e investimentos com um grande plano de recuperação econômica de 4 trilhões de yuans (cerca de 420 bilhões de euros) em dois anos – do qual deverá financiar cerca de 30% – e uma política monetária muito flexível, que viu uma explosão do crédito no início deste ano. No que diz respeito ao consumo, as vendas no varejo aumentaram 15% entre janeiro e junho.

Os investimentos em capital fixo nas zonas urbanas, em crescimento constante desde o início do ano, dispararam 33,6% em um ano no primeiro semestre, contra 26,8% no primeiro semestre de 2008. A produção industrial, por sua vez, aumentou 9,1% em ritmo anual no segundo trimestre, depois de aumentar 5,1% no primeiro. Em junho, ela chegou a 10,7% em ritmo anual, “um número muito elevado, ainda mais levando em conta a base altíssima de junho de 2008”, observou o banco Goldman Sachs.

“A China conseguiu revitalizar sua economia, mas a batalha ainda está longe do fim porque a economia mundial ainda tem que mostrar sinais fortes de recuperação”, comentou a analista Sherman Chan, do Moodys Economy.com. “De fato, não é certo que o impulso do forte crescimento possa continuar”, avisou Lu.

“Apesar do aumento dos investimentos privados, o crescimento continua subordinado às políticas expansionistas do governo”, explicou. “Além do mais, não há nenhum indício mostrando que o comércio vai melhorar este ano”, destacou.

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