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Juíza Sotomayor enfrenta ataques republicanos

As suas origens étnicas, como primeira americana de origem hispânica nomeada para o Supremo Tribunal, e a sua posição face ao aborto estiveram na berlinda.
A candidata a juíza do Supremo Tribunal dos Estados Unidos Sonia Sotomayor lamentou como uma “infeliz escolha de palavras” o seu controverso comentário de que uma “sábia mulher latina” era capaz de chegar a melhores conclusões e, por isso, tomar melhores decisões do que um “homem branco”.

“Quero começar por dizer, inequivocamente e sem margem de dúvida, que não acredito que qualquer grupo étnico ou racial e nenhum género tenha vantagem sobre o outro no processo de juízo”, declarou a juíza, que é filha de imigrantes porto-riquenhos e será a primeira americana de origem hispânica a assumir um cargo no Supremo (e apenas a terceira mulher em 111 juízes daquele tribunal).

Sotomayor notou que “nenhumas outras palavras que eu disse ou escrevi receberam mais atenção do que essas” e tratou de esclarecer que o comentário, feito perante uma plateia muito diversa de estudantes de Direito, foi uma tentativa de “inspirá-los a acreditar que as suas experiências de vida irão enriquecer o nosso sistema legal”. 
“Os nossos processos de vida e as nossas origens influenciam-nos sempre, acho que ninguém discutirá essa realidade”, considerou.
Na segunda aparição perante o Comité Judiciário do Senado, responsável pela aprovação da sua nomeação pelo Presidente Barack Obama para o mais alto tribunal do país, Sotomayor foi objecto de intensa inquirição por parte dos legisladores, interessados em esclarecer o pensamento por trás de algumas das suas anteriores decisões jurídicas e também de alguns dos seus comentários.
E não foi só a sua jurisprudência que esteve em análise. Muitos senadores quiseram também saber qual a opinião de Sonia Sotomayor sobre outras questões jurídicas – algumas que foram colocadas ao colégio de juízes do Supremo, nomeadamente o caso Roe vs Wade, que legislou sobre o aborto, ou Gore vs Bush, que atribuiu a eleição presidencial ao candidato republicano. Outras perguntas abordaram matérias constitucionais doutrinárias ou teóricas, como por exemplo o seu pensamento sobre a Segunda Emenda da Constituição, que consagra o direito às armas.
Como se antecipava, os legisladores republicanos assumiram uma postura mais confrontadora, com os democratas a sair em defesa da juíza escolhida pelo Presidente. “O seu passado não deveria determinar a forma como toma decisões. O seu pensamento ao longo dos anos causa-nos muitas dificuldades”, sublinhou o republicano Jeff Sessions, vice-presidente do comité.
Sonia Sotomayor defendeu o seu currículo de 17 anos no tribunal federal e de Recurso de Nova Iorque e rejeitou as interpretações dos senadores republicanos, que a acusaram de “activismo judicial” e até mesmo de discriminação racial. 
Em causa estava o juízo em que indeferiu os resultados de um concurso público para a promoção de bombeiros em New Haven porque nenhum candidato negro ou hispânico ficou bem classificado – uma decisão que o Supremo veio depois a rejeitar. “Esse caso não era sobre quotas nem sobre acção afirmativa, dizia respeito aos defeitos do teste”, explicou a juíza. 
Sonia Sotomayor enfrentou perguntas destinadas a conhecer a sua posição sobre temas polémicos na sociedade. 
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