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Isto É: Crenças dos meus tempos de jornalista

Mas infelizmente, nesse momento em que escrevo este artigo, neste momento em que o mesmo é lido, não sinto nenhuma nostalgia em relação aos meus tempos de jornalista. É que as coisas não ocorreram conforme eu acreditava.

Um exemplo, só, é suficiente para clarificar o cerne da minha crença. O mesmo está lá no último parágrafo do editorial deste hebdomadário, na sua edição número 250 de 23 de Agosto: “mais do que celebrar estes cinco anos, é importante reflectir sobre aquilo que somos e em torno da missão que abraçamos de informar aos desfavorecidos, assim como é prioritário debruçarmo-nos no concernente à condição do elemento que produz aquilo que nos torna mais lidos do que qualquer outro órgão impresso neste país…”.

Confesso que, nos meus tempos de jornalista, eu tinha a consciência da minha condição social e humana. Eu sabia que ela era precária. Mas o mundo, em si, já era precário e, consequentemente, eu era uma precariedade. No entanto, o problema é que eu comecei a perceber que existiam pessoas que não se interessavam pela minha condição como Homem. Mecanizavam-se, usando propagandas psicológicas que golpeavam a minha membrana cerebral.

E é incrível e inacreditável afirmar isso porque na minha época – não só de jornalista, mas também como Homem – se sublimava mais o Ter do que o Ser. Havia falhas grotescas no sistema. Mais valia Ter do que Ser. As pessoas Tinham e não Eram. Em contra-senso, repito, eu nunca me importei com o Ter. Mas porque o Tinha por direito, o Ter estruturava o meu quotidiano.

Ora pensar que, naquela fulva lentidão de Agosto, alguém – como um outro alguém suspeitou – por sacanice, por puro prazer de me ver a minguar, podia transformar o meu Direito de Ter num puro favor, adiável e retardável, desnorteando-me completamente, ao mesmo tempo que prejudicava a qualidade do meu trabalho e, por extensão, lesando a própria empresa, magoa-me.

É por essa razão que, enfim, se nesta ocasião festiva eu também tiver o direito de opinar sobre a nossa celebração, diria que o todo se faz pelas partes. São as pequenas coisinhas que, quando associadas, dão bons ou maus resultados. O fazedor do jornal é um homem que – dedicando-se a um trabalho essencialmente intelectual – depende muito do seu bem-estar espiritual e psicológico. Não permitamos que brincadeiras corriqueiras, de mau gosto, distraiam esse profissional da sua nobre missão.

Pequenas informações descuidadas e, por qualquer razão, maltratadas podem gerar impactos desastrosos no leitor a quem nos comprometemos servir com responsabilidade. Pelas razões referidas, nas entrelinhas, quero pedir mil perdões a muitos leitores – em especial aos meus seguidores – mas também, e muito em particular, ao meu professor da língua portuguesa, o senhor Mussagy Mussagy a quem agradeço pela teimosia na sua arte de ensinar.

Há muito mais coisas em relação às quais acreditei nos meus tempos de jornalista. Um dia narro-lhes com mais vagar. Neste momento congratulo-me com e/ou pelo Jornal @Verdade. Também esteve presente nos meus tempos de jornalista, desde o começo. Por isso, para si, venham muitos Cinco Anos!

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