Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Corte de energia condicionou serviços de urgência do HCM

O funcionamento dos serviços de urgência do Hospital Central de Maputo, a maior unidade sanitária do país, esteve condicionado na noite da última quarta-feira, na sequência de um corte de energia, que durou cerca de uma hora.

 

 

Este é o segundo corte no fornecimento de energia eléctrica que deixou todo o HCM às escuras, afectando o funcionamento dos serviços de urgência, em cerca de um mês. O primeiro corte ocorreu em Dezembro último, na sequência de chuvas fortes que se registaram na capital moçambicana.

A restrição no fornecimento de energia registado na última quarta-feira ocorreu por volta das 21 horas e 30 minutos e não se sabem até ao momento quais as causas. Nessa altura, os funcionários dos serviços de urgência usavam velas e lâmpadas dos telefones celulares para poder ver e continuar a trabalhar, mesmo sem energia.

Vivia-se um autentico caos, conforme descreveram ‘a AIM algumas pessoas que lá estiveram. A situação ficou complicada porque os geradores que garantem o fornecimento de energia à área de urgências não estavam a responder.

Segundo o director clínico do HCM, Momed Rafico, aquela unidade possui geradores que garantem o fornecimento de energia a todas as secções em caso de corte da rede nacional, porém, aquele que alimenta o bloco onde funcionam os serviços urgência não respondia.

Rafico explicou que quando se tentava conectar a secção de urgências o gerador ia abaixo, uma situação que se acredita ser consequência de excesso de carga a que aqueles aparelhos estão sujeitos, associada ao envelhecimento dos mesmos.

“Tivemos um corte de longa duração. Habitualmente depois de cinco minutos temos que tomar medidas. Temos geradores distribuídos em alguns pontos estratégicos do hospital. Temos um gerador que alimenta os serviços de urgência, radiografia, clínica especial, medicinas, cirurgias, cozinha, central de esterilização, entre outros, mas quando tentávamos incluir a secção de urgências, o gerador ia abaixo por causa da carga”, explicou.

“Para garantir o fornecimento de energia à secção de urgências era necessário cortar o fornecimento de outras secções. Esse processo leva muito tempo. Enquanto resolvíamos o problema, a empresa Electricidade de Moçambique (EDM) restabeleceu o fornecimento”, acrescentou.

De acordo com o director, a duração do corte de energia podia ter resultado em danos incalculáveis e irreparáveis como a morte de pacientes.

Rafico garante que não houve registo de morte, embora dois pacientes internados nos cuidados intensivos estivessem a acoplados a aparelhos que funcionam com electricidade. A sorte é que as máquinas acumulam corrente eléctrica.

“A situação não se complicou porque as maquinas acumulam corrente. A situação desses dois doentes que estão nos cuidados intensivos era a mais preocupante. Felizmente, não tínhamos ninguém a ser operado, nem crianças a precisar de atendimento. Foi uma situação que criou algum transtorno porque as ambulâncias chegavam de vários hospitais e não tinham como fluir”, considerou.

Rafico garantiu que estão a ser tomadas medidas ao mais alto nível para garantir o funcionamento normal dos geradores, de forma a evitar que falte energia nos serviços de urgência, que devem estar sempre prontos para receber doentes graves.

De referir que os cortes de energia são constantes na capital do país. Nos últimos tempos, sobretudo devido as chuvas, a situação tende a agravar-se.

O que ocorre é que os cabos eléctricos na sua maioria são antigos e quando chove ocorre curto-circuito, que resulta na restrição do fornecimento de electricidade. A resposta da EDM na solução destes problemas nem sempre é pronta e eficiente.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!