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Cooperação pode ser arma contra a guerra mundial no ciberespaço

A próxima guerra mundial poderá acontecer no ciberespaço, adverte o secretário da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Hamadoun Touré, no momento em que especialistas pedem para que se reforce a cooperação na luta contra os crimes na web.

“A próxima guerra mundial pode acontecer na internet e isto seria uma catástrofe”, destacou Touré durante o Salão ITU Telecom World realizado esta semana em Genebra. Para o chefe da UIT, “cada país depende agora, a um nível crítico, da tecnologia para o comércio, as finanças, a saúde, os serviços de socorro e a distribuição de alimentos”. “A perda de redes vitais pode prejudicar rapidamente um país”, explicou. “A melhor maneira de ganhar uma guerra é, em primeiro, evitá-la”, disse em apelo à comunidade internacional para colaborar na luta contra o crime na internet.

Este apelo veio no contexto marcado, há alguns anos, pelos reiterados ataques a internautas, companhias ou Estados. O mais recente deles afectou a americana Microsoft, que anunciou na segunda-feira ter bloqueado o acesso a milhares de contas de seu sistema de mensagens eletrônicas Hotmail, porque as contrassenhas tinham sido identificadas por hackers. Na França, foram desmanteladas recentemente duas redes internacionais de fraude bancária na internet orquestradas da Rússia e da Ucrânia.

Para fazer frente a esta ameaça, os softwares anti-vírus não estão sendo suficientes. A Coreia do Sul, recentemente alvo de ataques na internet, anunciou que formaria 3.000 “cibergendarmes” nos próximos meses para proteger as empresas nacionais. A secretaria americana de Segurança interna, Janet Napolitano, também afirmou que seu departamento contratará nos três próximos anos 1.000 especialistas em segurança na rede. Mas os especialistas do setor das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) insistem que a internet possui um ponto fraco.

“É uma infraestrutura primitiva que foi elaborada para outra coisa e não está adaptada para o uso que se faz dela”, explica Carlos Moreira, director da empresa suíça Wisekey, especializada em certificação digital. “A infraestrutura não é segura, a internet não foi criada para transmitir o que transmite hoje, principalmente contrassenhas, números de cartões de bancos e outras informações confidenciais”, advertiu.

O problema não se limita a computadores, mas pode estender-se a celulares, cada vez mais conectados à rede. “Na próxima década, teremos 6 bilhões de assinantes da banda larga fixa e 7 bilhões de assinantes nas redes de telefonia móvel”, previu o general da companhia sueca Ericsson, Hans Vestberg.

Para Moreira, “os governos se dão conta agora de que a criminalidade na internet é algo que deve ser discutido a nível nacional”, como fez a Malásia, criando um centro de identificação de ataques, o Global Response Center, que colabora com a UIT e os grandes grupos internacionais especializados em segurança informática.

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