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Conter a inflação favorece ambiente de negócios

O Governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, disse que conter a inflação em níveis baixos e controlados favorece o ambiente de negócios e a atracção de novos investimentos necessários para a multiplicação da produção, criação de emprego e geração de rendimentos.

Gove, que falava, Quarta-feira, na abertura do Conselho Coordenador do Banco de Moçambique (BM) que decorre na província de Inhambane, Sul de Moçambique, avançou que a contenção de inflação a níveis baixos e controlados também promove uma redistribuição menos assimétrica dos fluxos de investimentos.

Alguns círculos de opinião entendem que as medidas anunciadas pelo Banco Central para conter o aumento de preços levarão a uma situação que vai reduzir o fluxo de investimentos privados na economia por causa do aumento do custo de financiamento.

Os contestatários das medidas tomadas pelo BM, segundo escreve o matutino “Notícias”, avançam argumentando ainda que a iniciativa vai reduzir a capacidade de endividamento, afectando desta forma o crescimento económico.

Segundo Gove, o BM admite que apesar de as medidas adicionais de natureza fiscal, orçamental e monetárias tomadas pelo Governo, para prolongar o subsídio aos preços de combustíveis líquidos e produtos alimentares, terem sido importantes para amortecer a pressão inflacionária, não foram suficientes para anular o surto inflacionário e a pressão sazonal associada à quadra festiva.

A inflação registada no país em 2010 foi a mais elevada entre os países da SADC situação que, na óptica do Banco Central, sugere a necessidade de tomada de medidas enérgicas e coordenadas de política de forma a contrariar esta tendência.

“É neste quadro que se inserem as medidas de política monetária anti-cíclica que o BM implementou ao longo de 2010 e nos princípios deste ano, com o objectivo de conter a pressão inflacionária”, disse o Governador do banco Central.

Dentre as medidas destaca-se o alinhamento escalonado das taxas de intervenção do Banco Central no mercado monetário interbancário, colocando a taxa da facilidade permanente de cedência no nível de 16.5 porcento em Janeiro corrente e o balanceamento no coeficiente de reservas obrigatórias, ajustando-o faseadamente para nove porcento.

“A par destas medidas incrementámos o montante de divisas disponibilizadas no mercado o que permitiu acalmar o nervosismo que se havia instalado no mercado em consequência do atraso verificado nos desembolsos de ajuda externa e do aumento substancial da factura de importação de combustíveis líquidos, cujos resultados foram visíveis na parte final do ano”, referiu.

O Governador do BM explicou ainda que as vendas líquidas, de um total de 748 milhões de dólares norte-americanos, realizadas em 2010, permitiram salvaguardar a posição de reservas internacionais líquidas do país, tendo o saldo bruto incrementado para cerca de dois biliões de dólares.

Este valor, segundo Gove, em termos líquidos superou a meta estabelecida para o ano de 2010 em cerca de 202 milhões de dólares, tendo o país ficado com reservas equivalentes a mais de 5 meses de importação de bens e serviços não factoriais, incluindo os grandes projectos.

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