Os parlamentares norte-americanos debaterão, Quinta-feira, a possibilidade de conceder mais controle sobre a internet à Organização das Nações Unidas, um movimento que muitos temem poderia transformar a rede mundial numa ferramenta de barganha política para censura e impostos globais sobre empresas da Web.
As autoridades do governo dos Estados Unidos estão a preparar-se para uma reunião em Dubai em Dezembro, onde delegações de 193 países discutirão se a ONU deveria ter mais poder de decisão sobre como a internet é organizada e controlada.
Os críticos dizem que, sob esse regime, cada nação teria um voto, independentemente do seu tamanho, o que concederia à China, Rússia, Irão, Arábia Saudita e outros países maior capacidade de isolar as suas populações e silenciar os dissidentes políticos.
“O que os defensores da liberdade na internet farão ou não farão entre hoje e a reunião determinará o futuro da Web, afetará o crescimento económico mundial e determinará se a liberdade política poderá proliferar”, disse o alto comissário da Federal Communications Commission (FCC) do Partido Republicano, Robert McDowell, num discurso preparado para a sessão de Quinta-feira.
Um sub-comité da Comissão de Energia e Comércio está a organizar a sessão sobre o debate que ocorrerá na Conferência Mundial de Telecomunicações Internacionais (WCIT, na sigla em inglês), em Dezembro.
O governo dos EUA está a tentar arrecadar apoio, tanto nacionalmente quanto internacionalmente, para preservar uma internet descentralizada.
As autoridades da administração de Obama reuniram-se a portas fechadas, há algumas semanas, na Casa Branca, com representantes de empresas norte-americanas como a ComCast e grupos de advocacia como a Internet Society, que é internacional e não visa obter lucros, para construir solidariedade pela causa.