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Confrontos e trégua instável desafiam equipe da ONU na Síria

Os soldados enviados pela Organização das Nações Unidas estavam presentes no centro da crise síria, esta Segunda-feira, esperançosos de que terão sucesso na missão de estabilizar um cessar-fogo instável que já dura quatro dias, com os confrontos a diminuírem.

 

 

Encarregada de supervisionar o fim de 13 meses de violência, a equipe multinacional de seis membros desarmados professou o seu optimismo.

“Vamos nos organizar, a fim de estarmos prontos para cumprir a nossa tarefa o mais rápido possível”, disse o líder da equipe preliminar, coronel Ahmed Himmiche, de Marrocos, a repórteres num hotel de Damasco antes de encontrar-se com os funcionários sírios na capital.

“Todos os soldados da missão de paz estão optimistas”, acrescentou ele quando perguntado se estava esperançoso de que uma missão de observação que será expandida para 250 soldados poderia cimentar uma trégua marcada por violência esporádica persistente.

Os activistas que tentam derrubar o presidente Bashar al-Assad relataram a morte de quatro pessoas na cidade de Idlib, esta Segunda-feira, num tiroteio entre soldados e desertores do Exército. Eles disseram que outras duas foram mortas na cidade de Hama, quando o carro em que estavam foi incendiado.

O Exército bombardeou alvos na cidade de Homs pelo terceiro dia consecutivo, apesar da sua promessa ao enviado de paz da ONU, Kofi Annan, de retirar-se das cidades e não usar armas pesadas.

Um vídeo amador publicado na internet no fim-de-semana mostrou uma equipe do Exército acampada, com morteiros de diversos calibres, a disparar calmamente contra um alvo que não podia ser visto.

As forças de segurança em veículos blindados invadiram o vilarejo de Khattab na província de Hama e promoveram buscas, esta Segunda-feira, informou o grupo Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Dezenas de pessoas foram detidas. Os activistas disseram que, esta Segunda-feira, o Exército, mais uma vez, bombardeou os distritos de Bayada e Khalidiya em Homs com morteiros pesados.

Um vídeo postado por eles no Youtube mostra explosões seguidas por nuvens de fumaça e poeira. Uma missão de observação anterior, enviada pela Liga Árabe, que suspendeu a filiação da Síria e pediu que Assad deixe o cargo, terminou em fracasso em Janeiro, depois de apenas um mês.

Dezenas de observadores árabes desarmados reclamaram que a repressão do governo contra manifestantes e rebeldes tinha tornado a sua missão muito perigosa.

Armas pesadas

Domingo, enquanto Homs estava sob fogo, os rebeldes atacaram uma delegacia na província de Aleppo horas antes da chegada da equipe da ONU a Damasco.

Os activistas disseram que três pessoas foram mortas por bombardeios em Homs, que tornou-se o símbolo da revolta.

“Hoje de manhã, vimos um helicóptero e um avião a sobrevoarem a região. Dez minutos depois, houve um forte bombardeio”, disse Walid al-Fares, em Homs. Outro morador afirmou que os partidários do governo estavam a usar metralhadoras pesadas para atirar na área.

A Síria coloca a culpa de um ano de crescente violência em “terroristas” que buscam derrubar Assad e nega o acesso dos jornalistas independentes ao país, tornando impossível a verificação dos fatos.

A agência de notícias estatal Sana disse, Domingo, que as autoridades “vão impedir que os grupos armados terroristas continuem os seus ataques criminosos contra o Exército e as forças policiais e cidadãos, que aumentaram histericamente desde que foi anunciada a suspensão das operações militares”.

Embora a violência tenha persistido depois do início do cessar-fogo, houve uma queda significativa no número de mortes em combates, que costumava ser de mais de 100 pessoas por dia.

Sábado, 14 pessoas foram mortas na violência, informou o Observatório. Segundo a agência de notícias Sana, “terroristas armados” mataram cinco pessoas em emboscadas em todo o país.

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