Milícias líbias rivais travaram confrontos pelo terceiro dia consecutivo no oeste do país nesta quarta-feira, numa luta que já deixou 14 mortos e ilustra a volatilidade do país meses depois da deposição do regime de Muammar Khaddafi.
Os combates contrapõem milícias da cidade de Zintan, que foram decisivas na luta contra Khaddafi, a membros da tribo El Mashashia, que não participaram da rebelião, segundo autoridades de segurança. Os dois grupos já haviam entrado em confronto anteriormente em dezembro.
Desta vez, os combates começaram como retaliação pela morte de um combatente de Zintan, que foi atribuída à tribo rival.
Khaled Ahmed Abdelkarim, que é de Zintan, disse que duas pessoas da sua cidade foram mortas na terça-feira. “Os confrontos estão continuando hoje (quarta-feira)”, afirmou ele por telefone.
Taher Salim, membro da tribo El Mashashia, relatou que 11 pessoas desse grupo foram mortas na terça-feira, e mais uma na quarta-feira. Ali Mohammed Bilgazim, vereador na localidade de Mizdah, próxima aos confrontos, disse que era possível escutar disparos de foguetes Grad.
O porta-voz governamental Nasser el-Manee disse que 14 pessoas morreram desde segunda-feira e que outras 89 ficaram feridas. Ele acrescentou que o Exército tem um contingente mobilizado na área para tentar acalmar a situação.
O Conselho Nacional de Transição (governo interino) e seus apoiadores ocidentais esperam que a violência tribal não atrapalhe as eleições parlamentares de 7 de julho na Líbia. Na semana passada, um surto de violência em outra região, perto das fronteiras com o Chade e o Sudão, deixou 19 mortos e 75 feridos.
